segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

ATÉ QUANDO VAMOS ADIAR O FUTURO DO NOSSO MARAVILHOSO PAÍS? ATÉ O PAIGC DESAPARECER DA CENA POLÍTICA

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Um mero olhar sobre os acontecimentos do país é notório que estamos longe de ser um país normal, onde os guineenses gozam os seus direitos de forma plena e têm a liberdade de fazer as suas escolhas. É bom que se diga que a insana ambição declarada de alguns guineenses, particularmente os PAIGCWOOD, em reduzir o esforço dos guineenses à insignificância, propalando a ideia segundo a qual os indivíduos que têm opinião contrária ao regime ditatorial do PAIGCWOOD ou do seu líder, são  inimigos  e devem ser aniquilados.

É preciso que se compreenda que a diversidade é um fator que enriquece uma sociedade, um partido político ou um país. E os que pensam de modo diferente não são, de modo algum, inimigos. Porém, infelizmente alguns guineenses ainda não compreenderam isso. Não deveria haver dúvidas que as posições que assumimos são parte fundamental do esforço coletivo de edificação desta pátria. Todos queremos uma nação justa e próspera. Uma nação em que ninguém tenha de ficar preocupado se a Justiça ou a Polícia virá defendê-lo ou condená-lo com base nas suas cores políticas.

Este comportamento, digamos demente, encontra fundamento na seguinte situação: grande parte dos guineenses cresceu ou foi criado debaixo da árvore do monopartidariíssimo; desde a infância, centenas de milhares de guineenses nutriram-se (e continuam a nutrir-se) de discursos demagógicos dos lideres falhados do PAIGCWOOD, segundo os quais quem tiver ideias diferentes é inimigo, está contra a falsa promessa de desenvolvimento que anunciaram  aos guineenses aquando da proclamação da independência do país em Madina do Boé , não pode ser patriota e deve ser veemente combatido.

Ontologicamente, por razões históricas, alguns guineenses acreditam que apenas um partido(PAIGCWOOD) tem o direito legítimo de conduzir a nau desta nação. É dentro dessa realidade que assistimos impávidos à partidarização do Aparelho do Estado, da sociedade  guineense e, consequentemente, resulta na intolerância política, para além de vermos atitudes como a do presidente da ANP, Jiló Cipriano Cassamá e DSP pseudolíder do PAIGCWOOD .

Depois da independência, o PAIGC sequestrou a Guiné-Bissau, considerou-se dono e senhor do país, alegando motivos de ter sido o libertador do povo, como se isso fosse a verdade absoluta e indiscutível. O PAIGC elegeu a independência como a sua única causa durante a luta da libertação e abandonou as outras subsequentes de maior importância para organização do estado de direito, com vista ao desenvolvimento, transformando-se num partido dos casos: intriga, corrupção, peculato, nepotismo, enriquecimento fácil e disputa desenfreada de lugares no governo ou nos altos cargos públicos.

O PAIGC nem sequer foi capaz de conservar, pelo menos, as infraestruturas e o património herdados da administração colonial, tudo se encontra na mais completa degradação. O PAIGC é tão incapaz até para resolver os problemas internos criados por ele mesmo. Senão, vejamos. A presente crise no país teve origem no seu seio, devido às intrigas de que são especialistas os seus membros na disputa de poder, mas até ao momento ainda não conseguiu ultrapassá-la, mantendo a Guiné como refém dos interesses, meramente, partidários.

Por: Bambaram di Padida