Apontam o dedo à OJM, a ala juvenil da Frelimo
Centenas de deslocados do conflito político-militar entre o Governo e a Renamo, reassentados num campo na Gorongosa, na província moçambicana de Sofala denunciam a falta de assistência alimentar e médica e a distribuição discriminatória da pouco comida que chega.
As famílias reassentadas no campo de Nhataca 2, nos arredores da vila sede da Gorongosa, oriundas de várias zonas de influência da Renamo, queixam-se da discriminação politica na distribuição de alimentos, geralmente feita por grupos da OJM, a ala juvenil da Frelimo.
Há vários meses que a comida já não chega com regularidade aos campos de deslocados e a pouca que chega é distribuída entre apoiantes do partido no poder, de acordo com várias famílias, que revelam pagar gorjetas para ter acesso à comida ou têm de recorrem a trabalhos domésticos em quintais dos residentes locais para se alimentarem.
Domingos Farnela, deslocado em Nhataca 2, descreveu que sobrevive “à rasca”, pois vários donativos do PMA (Programa Mundial para a Alimentação) chegam ao campo, mas percebem, segundo disse, que a “distribuição não é boa (pelo favorecimento politico)”.
Ele sugere que a comida deve ser distribuída pelas estruturas locais do campo visando garantir transparência e imparcialidade.
Outro deslocado, Bento Francisco, revela que sobrevive de pepinos e melancias que ganha, junto com a esposa e filhos, nos trabalhos de limpeza de machambas dos locais, e apela para uma distribuição não discriminatória de alimentos nos campos.
A opinião dele é corroborado por Avelino Miquitaio, secretário do bairro de deslocados, que, no entanto, não mencionou assuntos políticos.
“Uns conseguem comida quando chega e outros não”, precisou Bento Francisco sem mencionar razões politicas, numa zona politicamente pantanosa, devido ao histórico com a Renamo, que dirigiu a partir da Gorongosa a guerra civil terminada em 1992.
Teresa Nhalima, outra deslocada, que repete os “apertos estomacais por falta de comida” no campo, alerta que a discriminação alimentar pode provocar um “desconforto que pode acabar em desobediência popular”.
Cerca de seis mil deslocados de guerra na Gorongosa ficaram albergadas no campo de Nhataca 2, durante o conflito que durou 17 meses, entre 2013 a 2014, e outras 200 famílias chegaram no campo com a reactivação do conflito em 2016,.
Milhares dizem estar a braço com uma fome severa.
O secretário provincial da OJM em Sofala, Lino Chioza, garantiu que a organização está no campo para prestar apoio social, montar tendas e construir balneários.
Chioza afirmou que a distribuição de alimentos é feita directamente pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), que assiste todos os campos de deslocados no centro de Moçambique.
O porta-voz do Governo de Sofala, Elcio Canda, reconheceu a “constatação verídica” da situação, e assegurou que os deslocados têm de receber os alimentos a eles canalizados.
“Nós tivemos uma situação no início deste processo em que em alguns distritos havia ma fé por parte das instituições, mas depois houve uma indicação a todos os governos distritais a assumirem com rigor este processo de modo a garantir que os produtos sejam distribuídos”, garantiu Canda.
Novos produtos começaram a canalizados e distribuídos desde quinta-feira, 9, nos centros de deslocados.
As famílias reassentadas no campo de Nhataca 2, nos arredores da vila sede da Gorongosa, oriundas de várias zonas de influência da Renamo, queixam-se da discriminação politica na distribuição de alimentos, geralmente feita por grupos da OJM, a ala juvenil da Frelimo.
Há vários meses que a comida já não chega com regularidade aos campos de deslocados e a pouca que chega é distribuída entre apoiantes do partido no poder, de acordo com várias famílias, que revelam pagar gorjetas para ter acesso à comida ou têm de recorrem a trabalhos domésticos em quintais dos residentes locais para se alimentarem.
Domingos Farnela, deslocado em Nhataca 2, descreveu que sobrevive “à rasca”, pois vários donativos do PMA (Programa Mundial para a Alimentação) chegam ao campo, mas percebem, segundo disse, que a “distribuição não é boa (pelo favorecimento politico)”.
Ele sugere que a comida deve ser distribuída pelas estruturas locais do campo visando garantir transparência e imparcialidade.
Outro deslocado, Bento Francisco, revela que sobrevive de pepinos e melancias que ganha, junto com a esposa e filhos, nos trabalhos de limpeza de machambas dos locais, e apela para uma distribuição não discriminatória de alimentos nos campos.
A opinião dele é corroborado por Avelino Miquitaio, secretário do bairro de deslocados, que, no entanto, não mencionou assuntos políticos.
“Uns conseguem comida quando chega e outros não”, precisou Bento Francisco sem mencionar razões politicas, numa zona politicamente pantanosa, devido ao histórico com a Renamo, que dirigiu a partir da Gorongosa a guerra civil terminada em 1992.
Teresa Nhalima, outra deslocada, que repete os “apertos estomacais por falta de comida” no campo, alerta que a discriminação alimentar pode provocar um “desconforto que pode acabar em desobediência popular”.
Cerca de seis mil deslocados de guerra na Gorongosa ficaram albergadas no campo de Nhataca 2, durante o conflito que durou 17 meses, entre 2013 a 2014, e outras 200 famílias chegaram no campo com a reactivação do conflito em 2016,.
Milhares dizem estar a braço com uma fome severa.
O secretário provincial da OJM em Sofala, Lino Chioza, garantiu que a organização está no campo para prestar apoio social, montar tendas e construir balneários.
Chioza afirmou que a distribuição de alimentos é feita directamente pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), que assiste todos os campos de deslocados no centro de Moçambique.
O porta-voz do Governo de Sofala, Elcio Canda, reconheceu a “constatação verídica” da situação, e assegurou que os deslocados têm de receber os alimentos a eles canalizados.
“Nós tivemos uma situação no início deste processo em que em alguns distritos havia ma fé por parte das instituições, mas depois houve uma indicação a todos os governos distritais a assumirem com rigor este processo de modo a garantir que os produtos sejam distribuídos”, garantiu Canda.
Novos produtos começaram a canalizados e distribuídos desde quinta-feira, 9, nos centros de deslocados.