segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

JORNAL DE ANGOLA VOLTA A ATACAR PORTUGAL: “CUSTA VER TANTA FALTA DE VERGONHA”


O diretor adjunto do jornal afirma que a divulgação do caso de justiça que envolve o vice-Presidente angolano, Manuel Vicente, comprova a campanha internacional “orquestrada para denegrir a imagem de Angola e dos seus principais dirigentes neste ano de eleições”.

No seu texto de opinião (link is external) publicado este sábado, Victor Carvalho inclui uma nota de rodapé na qual sublinha a “justeza da nota de protesto que o Ministério das Relações Exteriores emitiu em relação ao modo como as autoridades portuguesas divulgaram um suposto caso de justiça que envolve o segundo mandatário da Nação”.

“A maneira leviana como as autoridades portuguesas ‘permitiram’ a fuga de informação que levou para a imprensa lusa esta ‘notícia’, é a confirmação daquilo que aqui já havia sido dito sobre a existência de uma campanha internacional especialmente orquestrada para denegrir a imagem de Angola e dos seus principais dirigentes neste ano de eleições”, escreve o diretor adjunto do Jornal de Angola.

“Apesar de estarmos preparados para isso, a verdade é que nos custa ver tanta falta de vergonha, sobretudo vinda da parte daqueles que se dizem nossos amigos”, remata Victor Carvalho.

Na quinta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) divulgou uma nota na qual deu a conhecer que o Ministério Público (MP) decidiu acusar o Vice-presidente de Angola e ex-presidente da Sonangol, Manuel Vicente, o procurador Orlando Figueira, o advogado Paulo Blanco e Armindo Pires (arguido no âmbito da “Operação Fizz”) por corrupção e branqueamento de capitais (ler artigo: Vice-presidente de Angola acusado de corrupção de procurador português).

No sábado, o Jornal de Angola já tinha feito manchete a propósito do comunicado emitido no dia anterior pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), que considerou "inamistosa e despropositada" a forma como as autoridades portuguesas divulgaram a acusação do Ministério Público de Portugal ao vice-Presidente de Angola.

O MRE repudia as acusações, "cujo aproveitamento tem sido feito por forças interessadas em perturbar ou mesmo destruir as relações amistosas existentes entre os dois Estados".

Para o regime angolano, a forma como foi veiculada a notícia constitui um "sério ataque à República de Angola, suscetível de perturbar as relações existentes entre os dois Estados".
"Não deixa de ser evidente que, sempre que estas relações estabilizam e alcançam novos patamares, se criem pseudo-factos prejudiciais aos verdadeiros interesses dos dois países, atingindo a soberania de Angola ou altas entidades do país por calúnia ou difamação", assinala a nota.

Artigos relacionados: 

AS CARÊNCIAS EM ANGOLA, A CORRUPÇÃO, O VÍDEO CHOCANTE