Cidade
da Praia, 30/01 - O principal partido da oposição cabo-verdiana considerou
nesta quinta-feira que o Governo "não pode continuar a assobiar para o
lado" e a desrespeitar o Fundo Monetário Internacional (FMI), que critica
um orçamento do Estado "expansionista" e uma dívida pública
"elevada".
O
vice-presidente do Movimento para a Democracia (MpD, oposição), Olavo Correia(na foto),
comentava o relatório da mais recente missão do FMI a Cabo Verde, terminada na
terça- feira, e em que são apresentadas recomendações para uma redução das
despesas públicas e os riscos de um endividamento excessivo.
"O
Governo não pode continuar a assobiar para o lado. Tem de assumir as suas
responsabilidades pela situação económica e financeira do país. O MpD não é
parte do problema e quer ser parte da solução", sublinhou o antigo
governador do Banco de Cabo Verde (BCV).
Olavo
Correia manifestou a disponibilidade do MpD para dialogar e apresentou oito
medidas para se discutirem "com urgência" com todos os agentes
políticos e sociais, destacando-se a imposição de limites legais reforçados
para o défice e para a dívida - para 2014 prevê-se que atinja os 98% do
PIB.
O
MpD propõe a criação de um Conselho de Finanças Públicas para melhorar o
"risco país" e o "risco soberano" e de um Observatório
Nacional de Competitividade, além de uma reforma fiscal assente numa baixa
fiscalidade e sobre a despesa, ancorada na eliminação da dupla tributação e no
incentivo à poupança e ao investimento.
O
partido liderado por Ulisses Correia e Silva, na oposição desde 2001, defende
também a aprovação de uma Lei-quadro de investimentos públicos que racionalize
e qualifique a política de investimentos, bem como a concretização
"urgente" do aprofundamento da descentralização e consequente
regionalização.
Exige
também o "funcionamento efetivo" do Centro Internacional de Negócios,
da CV Garante e do Fundo de Apoio à Internacionalização das empresas, entidades
que "continuam inoperacionais", apesar de terem sido criadas entre
2010 e 2011. Angop
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