Bissau, 29 jan (Lusa) -
Tcherno Djaló, candidato independente à presidência da Guiné-Bissau, apontou
hoje o que considera serem "graves irregularidade" no recenseamento
em curso no país com vista às eleições gerais de 16 de março.
Após depositar os documentos
da candidatura no Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Tcherno Djaló disse aos
jornalistas que o recenseamento eleitoral "continua com vícios"
identificados desde o início do processo, a 01 de dezembro.
"Muitos eleitores foram
recenseados sem terem o seu cartão e nem sabem onde e quando vão poder
recebê-los", afirmou Djaló, acusando os responsáveis de estarem a
trabalhar na base do improviso.
Djaló diz ainda que foram
introduzidas "muitas alterações" no processo do recenseamento sem que
o Parlamento se tenha pronunciado sobre a legalidade ou constitucionalidade das
mesmas, mas escusou-se a especificá-las.
Para Tcherno Djaló, antigo
ministro da Educação, grande parte dos agentes de recenseamento têm uma
"preparação técnica deficitária", tem havido "sistemática
rutura" de materiais de recenseamento e tem sido dado prioridade a certas
zonas do país "em detrimento" de outras.
"Tudo isso mostra que
há falhas e irregularidades graves, suscetíveis de comprometer a credibilidade
das eleições", disse Djaló, que exorta as autoridades a tomarem medidas
corretivas e a comunidade internacional a ser vigilante.
"Eu não quero ser um
presidente mal eleito", sublinhou Djaló, chamando a atenção para o facto
de as irregularidades poderem tirar a transparência e a credibilidade ao
processo eleitoral.
Fonte: MB // APN, Lusa/Fim