O Papa Bento XVI despadrou 400 padres em 2011-2012 por terem molestado
crianças, segundo um documento do Vaticano obtido pela agência Associated
Press.
Os números relevam um aumento muito significativo relativamente aos
171 padres destituídos em 2008-2009, o primeiro período relativamente ao qual a
igreja revelou os dados dos despadramentos.
Antes disso, apenas era revelado publicamente o número de alegados
casos de abusos sexuais.
O documento, a que a agência noticiosa teve acesso, foi preparado a
partir da informação que o Vaticano reuniu para ajudar a Santa Sé a defender-se
esta semana perante um comité das Nações Unidas para os Direitos Humanos em
Genebra.
Os dados foram compilados com base nos relatórios anuais do Vaticano
relativos às atividades dos seus diversos departamentos, entre os quais da
Congregação para a Doutrina da Fé, que trata dos casos de abusos sexuais.
Igreja procurou lidar internamente com os casos de pedofilia
Os relatórios mostram um aumento muito significativo na Santa Sé de
procedimentos disciplinares por pedofilia desde 2001, altura em que o Vaticano
ordenou aos bispos que enviassem todos os casos credíveis de padres
acusados para serem analisados em Roma.
A instrução do então cardeal Ratzinger procurou levar a que os bispos
de todo o mundo passassem a respeitar a lei da igreja e que levassem os
clérigos acusados a serem julgados nos tribunais da instituição.
Ao longo de séculos, a igreja lidou com os casos de padres pedófilos
com procedimentos internos. Uma das grandes acusações das vítimas é os que
bispos as procuravam dissuadir de irem à polícia apresentar queixa, a fim de
poderem resolver o assunto internamente.
A pena máxima a que um padre pode ser condenado num tribunal da igreja
é ser despadrado ou expulso do Estado clerical, não existindo a possibilidade
de prisão ou de alguma medida que evite que o pedófilo volte a abusar de
crianças. Fonte: Aqui