O histórico partido PAIGC, na Guiné Bissau, está cada vez mais
dividido, ao nível do seu grupo parlamentar que se apresenta actualmente com
dois líderes reclamando para si a legitimidade e a legalidade.
Há muito tempo que nada vai bem no partido de Amílcar Cabral, que
recorrentemente é assaltado por guerras intestinas e luta pelo poder, quer na
liderança partidária, quer no governo, na presidência ou no Parlamento.
O último incidente, dá-se no Parlamento, onde o grupo
parlamentar do PAIGC, tem actualmente dois líderes nas pessoas de Octávio
Lopes, acabado de ser eleito, por uma maioria dos deputados, e de Rui Diã
de Sousa, afastado por alegados maus procedimentos, mas que afirma manter-se em
funções, porque só, a direcção do partido tem competência para o substituir.
Aliás, a direcção do PAIGC, já reagiu, rejeitando a eleição de Octávio
Lopes, com um dos seus vice-presidentes, coronel Saturnino Costa, a
dizer que compete ao comité central do partido, propor o nome do líder
parlamentar.
Por seu lado, Octávio Lopes, jovem jurista formado em Portugal,
replicou dizendo que só os deputados têm prerrogativas para eleger o seu líder
e nunca a direcção do partido. RFI