sábado, 18 de janeiro de 2014

MOÇAMBIQUE: PILOTOS DA TAP SEQUESTRADOS E ROUBADOS EM MAPUTO


Pilotos da TAP sequestrados e roubados em Maputo
Um comandante e um piloto da companhia aérea portuguesa estiveram sequestrados durante uma hora e meia por cinco homens que vestiam a farda da polícia civil moçambicana.

O táxi onde viajavam um comandante e um piloto da TAP foi mandado parar, na passada quarta-feira à noite, em Maputo, por uma carrinha pickup com cinco homens que vestiam a farda cinzenta da polícia civil moçambicana. Poucos minutos antes, tinham sido disparados alguns tiros para o ar no local onde viajavam.  
Em pouco tempo, um dos cinco homens entrou no táxi e obrigou o motorista a seguir até a um local mais remoto da cidade. Minutos depois, os dois portugueses foram obrigados a entregar o dinheiro que tinham nas carteiras, sob a ameaça de armas. E nem o facto de se terem identificado como pilotos de aviação da companhia aérea portuguesa dissuadiu os assaltantes. 
Os pilotos foram obrigados pelos agressores a permanecer no local ermo durante cerca de hora e meia. Foram revistados e ameaçados, mas não agredidos. 
A TAP está a recolher informações sobre o caso. 

Queixas das embaixadas em Maputo


O Expresso sabe que casos destes com a polícia não são raros e têm até aumentado na capital moçambicana. Só esta semana já é o terceiro relato com cidadãos internacionais, não apenas portugueses. Não se trata de nada organizado. Este tipo de corrupção e extorsão incide principalmente na zona pobre de Maputo. 
Muitas vítimas nem apresentam queixa, por receio de serem de novo extorquidas na esquadra. Várias embaixadas têm apresentado sucessivas reclamações ao Ministério do Interior moçambicano. 
Contactado pelo Expresso, o Ministério dos Negócios Estrangeiros não comenta o caso "dado não ter conhecimento do mesmo". Uma assessora de imprensa adianta que nem a Embaixada de Portugal em Maputo, nem o Consulado-Geral foram informados sobre o assunto e também "não houve qualquer participação do caso". 
Nos últimos meses do ano passado, quando a vaga dos raptos se intensificava, muitos estrangeiros queixaram-se de terem sido retiros horas pela polícia para posteriormente serem extorquidos dinheiro. Um dos cidadão denunciou, na altura, que foi interpelado pela polícia ao longo da avenida 24 de Julho, junto ao Quartel General, acusando-o de ter "transposto a avenida pelo semáforo com o sinal vermelho".
Depois de muitas discussão, o cidadão, metido num beco sem saída, tirou cinco mil meticais, cerca de 125 euros, para se livrar os polícias. Só que estes não aceitaram o valor alegando que era pouco. Não havendo consenso, sentindo-se entre a vida e a morte, o cidadão pediu sugestão da solução do problema. Eis que lhe sugeriram que fosse ao banco levantar mais dinheiro. Foi assim que ele foi escoltado pelos agentes até aos bancos onde viria a levantar 15 mil meticais, cerca de 400 euros para lhes passar e livrar-se deles.
"Levantei 15 mil meticais, porque já não estava em condições de me defender. Pegaram no dinheiro e foram-se embora", contou a vítima.
Mais casos foram reportados nas ruas de Maputo nos últimos meses. Trata-se de um novo tipo de crime de extorsão que envolve a polícia de Moçambique.
Fonte: Expresso