domingo, 19 de janeiro de 2014

O TRABALHO ITALIANO DO PENTÁGONO


 
David Vine – O Diário
A Itália está a transformar-se rapidamente num dos principais postos em que os Estados Unidos se apoiam para fazer a guerra a nível mundial. Já no decurso deste século, o exército deslocou o seu centro de gravidade da Alemanha, onde estava a grande maioria das forças norte-americanas na região desde o final da Segunda Guerra Mundial, para o sul da Europa. Nesse processo, o Pentágono transformou a península italiana numa plataforma de lançamento para futuras guerras em África, Médio Oriente e outras.
O Pentágono passou as últimas duas décadas a pagar centenas de milhões de dólares de impostos em bases militares em Itália, transformando o país num centro cada vez mais importante para o poder militar dos Estados Unidos. Especialmente desde o começo da “Guerra Global contra o Terror” em 2001, o exército deslocou o seu centro de gravidade da Alemanha, onde estava a grande maioria das forças norte-americanas na região desde o final da Segunda Guerra Mundial, para o sul da Europa. Nesse processo, o Pentágono transformou a península italiana numa plataforma de lançamento para futuras guerras em África, Médio Oriente e outras.
Com bases em Nápoles, Aviani, Sicília, Pisa e Vicenza, entre outras, os militares gastaram mais de 2000 milhões de dólares só desde a Guerra Fria e essa cifra não inclui outros milhares de milhões mais em projectos de construção, operações e gastos de pessoal. Enquanto o número de tropas na Alemanha se reduziu de 250 mil para cerca de 50 mil, há 13 mil soldados norte-americanos (e 16 mil familiares) nas bases da Itália em números que coincidem com os do apogeu máximo durante a Guerra Fria. Isso significa, por sua vez, que a percentagem de forças dos Estados Unidos na Europa, com sede na Itália, triplicou desde 1991, de 5% a 15% (de todas as estacionadas na Europa).

A Itália não vai tomar o lugar da Alemanha como base do poder militar dos Estados Unidos na Europa. A Alemanha está há muito tempo integrada no sistema militar dos Estados Unidos e os estrategas militares tudo fizeram para que assim permanecesse. O Pentágono justificou a mudança de tropas para Vicenza como uma forma de consolidar a 173 Brigada num único lugar e que, apesar de tudo, uma terceira parte da Brigada permanecesse na Alemanha.
Mas a Itália está a transformar-se rapidamente num dos principais postos em que os Estados Unidos se apoiam para fazer a guerra a nível mundial. Enquanto se chama a atenção para o pivô da Ásia de que fala Obama, o Pentágono concentra as suas forças numa série de bases como Djibouti no Corno de África e Diego Garcia no Oceano Índico, Bahrein e Qatar no Golfo Pérsico, Bulgária e Roménia na Europa de Leste, Austrália, Guam e Hawai no Pacífico, e Honduras na América Central. Também na Itália as bases tornam mais fácil intervir militarmente em conflitos de que pouco sabemos, desde a África até ao Médio Oriente. Em vez de perguntarmos porque temos bases na Itália e dezenas de outros países pelo mundo inteiro, um número crescente de políticos, jornalistas e outros continuam a afirmar que as bases nos ajudam a preservar a «segurança» dos Estados Unidos, um caminho de violência perpétua numa insegurança perpétua. Leia o artigo completo