quarta-feira, 24 de setembro de 2014

EDUCAÇÃO E SAÚDE SÃO PRIORIDADES DE PORTUGAL NA AJUDA À GUINÉ-BISSAU - MNE

 
Nações Unidas, Nova Iorque, 24 set (Lusa) - Educação e Saúde são os setores prioritários da nova cooperação institucional entre Portugal e Guiné-Bissau, segundo as conclusões da missão técnica liderada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros que visitou o país na semana passada.
 
"Esta missão foi feita no seguimento dos contactos realizados com as autoridades da Guiné-Bissau e outros parceiros de cooperação internacional, como a União Europeia e a CPLP. Há um plano estabelecido pelo Governo, democraticamente eleito, e nós inserimo-nos nesse plano com esta ajuda", explicou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, à agência Lusa.
 
A missão foi composta por representantes de seis ministérios (Justiça, Administração Interna, Educação e Ciência, Agricultura e Mar, Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, e Solidariedade, Emprego e Segurança Social), que avaliaram as áreas prioritárias para o relançamento da cooperação institucional entre os dois países.
 
Serão definidas nas próximas semanas as ações mais urgentes e prioritárias, que terão início em outubro e se devem estender até junho do próximo ano.
 
"Há um planeamento, sem prazos absolutamente rigorosos, mas os resultados desta cooperação devem ser visíveis a partir do próximo ano", disse Machete, em declarações à margem da 69.ª sessão da Assembleia-geral das Nações Unidas.
 
Após os contatos feitos no país, determinou-se também a necessidade de cooperar na área da justiça e da administração interna. Portugal dará formação às autoridades do país no controlo de migração e fronteiras, no seguimento de um protocolo de cooperação já assinado.
 
Rui Machete diz que "ainda existe o risco" de uma interferência militar nos destinos do país, mas que "tudo leva a crer que os militares entenderam a sua posição e que foram encontradas soluções para que esses militares não se sintam desamparados."
Machete defendeu ainda que a missão da ONU no país, que termina no final deste ano, deve ser estendida.
 
"Parece importante que a ONU permaneça no país, com uma força militar aceite e acordada com o Governo da Guiné-Bissau, e que esta força seja mais compreensiva, se possível acrescentando ao núcleo base, composto por forcas nigerianas, tropas de outros países, como o caso de Angola, que tem essa vontade e condições para o fazer", defendeu Machete.
 
Portugal tem sido o maior doador bilateral da Guiné-Bissau. Este verão, enviou para Bissau um carregamento de mais de 22 toneladas de medicamentos e equipamento médico com vista a suprir as necessidades mais urgentes na área da saúde.