Os corpos de oito pessoas, incluindo quatro profissionais de saúde, três jornalistas e um político, foram encontrados dias depois de um ataque de que foram alvo enquanto distribuíam informações sobre o ébola numa aldeia da Guiné Conacri, perto da cidade de Nzerekore.
Os oito corpos foram encontrados na aldeia, três deles com as gargantas cortadas.
Quando o grupo chegou ao local, na terça-feira, para fazer o trabalho de desinfeção e informar os habitantes sobre a prevenção da doença, os moradores, furiosos e assustados, começaram a atirar pedras e a bater nos elementos do grupo.
A delegação fugiu para o mato, para se proteger dos ataques. Uma jornalista que conseguiu escapar relatou à BBC que se escondeu, e que enquanto tentava manter-se oculta ouvia pessoas à procura dela.
Nesta quinta-feira, os corpos foram encontrados no tanque séptico de uma escola primária da aldeia, de acordo com Albert Damantang Camara, porta-voz do governo de Conacri.
"Foram assassinados a sangue frio pelos moradores", acrescentou, segundo a BBC. Durante toda esta epidemia, as autoridades de saúde pública têm combatido o medo generalizado – e têm-no enfrentado, também. Este ataque mortal ilustra o perigo que os profissionais de saúde enfrentam quando tentam espalhar informações sobre o vírus.
A zona onde o ataque aconteceu fica perto do local onde ocorreram tumultos no mês passado, provocados por cidadãos que acreditavam que os trabalhadores de desinfeção estavam na verdade a contaminar gente.
Uma rádio guineense avançou que este ataque mortal ocorreu após o grupo ter tentado espalhar spray desinfetante para evitar a propagação do vírus em locais públicos.
O governador de Nzerekore disse à BBC que acredita que o grupo, antes de assassinado, terá sido mantido em cativeiro.
Uma delegação do governo tentou ainda chegar à aldeia, mas não conseguiu, porque a principal ponte que lhe dava acesso foi destruída para impedir as autoridades de a alcançar. Fonte: Aqui