Pela segunda vez em menos de um mês, Julius Malema, membro da bancada do Partido dos Combatentes da Liberdade Económica (EFP, oposição), foi obrigado esta quarta-feira a abandonar a sala da Assembleia Nacional (Parlamento), depois de acusar o vice-Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, de ter "assassinado" 34 mineiros.
Malema fazia alusão às mortes perpetradas pela polícia sul-africana em 2012 depois da greve dos mineiros de Lonmin, na Marikana.
Rampahosa, que é amplamente apontado como potencial sucessor de Jacob Zuma no cargo de Presidente da República da África do Sul, era na altura diretor não-executivo da mina.
"Porque é que o vice-Presidente não aceita assumir a responsabilidade pela morte dos 34 mineiros em Marikana? O senhor matou-os, porque é uma pessoa atraída apenas pelo interesse", declarou Malema a respeito de Ramaphosa. O presidente da Assembleia Nacional, Baleka Mbete, instou Malema a retirar as suas declarações, o que este último recusou.
Foi-lhe assim ordenado que deixasse a sala na companhia do líder da sua bancada parlamentar, Floyd Shivambu, que apontou o seu dedo acusador a Ramaphosa enquanto este via passivamente os dois homens deixarem a sala.
Na noite de terça-feira, a oposição oficial, a Aliança Democrática, dirigiu um boicote da Assembleia Nacional feito pelos partidos da oposição, que apoiaram uma moção de censura contra o presidente da Assembleia.
Esta situação segue-se à proposta do líder da bancada parlamentar do partido no poder (ANC), Stone Sizani, para transformar a moção de censura proposta pela AD num voto de confiança a favor do presidente da Assembleia Nacional, algo que o chefe do Parlamento aceitou finalmente como uma emenda válida.
"Acreditamos firmemente e com uma grande convicção em que as populações sul-africanas perderam a confiança no presidente da Assembleia Nacional, e o facto de privar o Parlamento do voto da moção de censura testemunha uma violação das práticas democráticas da parte do ANC", sublinhou o presidente do grupo parlamentar da Aliança Democrática, Mmusi Maimane. Fonte: Aqui