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Sarah Hanson-Young, senadora do Partido Verde, disse que, com frequência, os guardas de segurança obrigam as mulheres a despirem-se na sua presença e favorecem as que mantêm relações sexuais na hora de autorizar o seu acesso aos chuveiros.
Hanson, que reivindica uma investigação com um grupo de senadores trabalhistas, alegou que há menores que também são forçados a praticar sexo na presença dos membros de segurança.
Face a esta situação, o porta-voz da imigração do Partido Trabalhista (oposição), Chris Bowen, pediu à Administração que tome medidas, afirmando que se afigura adequada a abertura de uma investigação e apelando à "total transparência do Governo".
A senadora dos Verdes submeteu um comunicado ao ministro da Imigração australiano, Scott Morrison, não havendo, até ao momento, uma reação às alegações sobre abusos sexuais no centro de Nauru.
A Austrália envia os imigrantes indocumentados que tentam alcançar as suas costas para centros de detenção fora do seu território continental, incluindo dois na ilha de Manus, na Papua Nova Guiné, e o de Nauru, no Pacífico, enquanto tramitam os seus pedidos de asilo.
No início do mês, o novo alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid al-Hussein, aproveitou o seu discurso inaugural, em Genebra, para criticar a forma como a Austrália lida com os requerentes de asilo, advertindo que a sua política está a conduzir a uma série de violações, as quais incluem a detenção arbitrária e eventual tortura após o seu repatriamento.
À luz da política de 'linha dura' de Camberra, os imigrantes que chegaram à Austrália desde julho de 2013 -- incluindo menores -- têm sido enviados para os referidos centros de Manus e Nauru.
O ministro da Imigração australiano refutou as alegações das Nações Unidas.
DM // JCS - Lusa