Assassinada mãe da inspectora da Polícia Judiciária que investigou o caso de tráfico de droga "Lancha Voadora".
As autoridades cabo-verdianas estão em alerta máximo depois que a mãe da inspectora da Polícia Judiciária que investigou o mediático caso de tráfico de drogas Lancha Voadora foi assinada à porta de casa na semana passada.
O primeiro-ministro José Maria Neves pediu às entidades competentes que levem à justiça os responsáveis pelo acto e o procurador-geral da República prometeu mão dura, ao mesmo tempo que defendeu medidas mais rígidas no combate à criminalidade organizada.
O caso acontece um mês depois de um procurador regional ter enfrentado um assaltante dentro da sua própria casa.
Em declarações à VOA, o antigo Comandante Geral adjunto da Polícia de ordem pública, jurista e professor universitário João Santos manifesta a sua preocupação quanto à ousadia dos criminosos, que começam a direcionar as suas acções contra entidades que lidam com a justiça e seus familiares.
João Santos não considera que Cabo Verde seja um estado falhado em matéria de combate à criminalidade, mas diz que ainda é fraco na resolução desse problema.
O nosso entrevistado entende que a problemática da segurança e justiça deve ser encarada com verdade, sem subterfúgios, porquanto está claro que o criminoso tenta passar uma mensagem de intimidação e força.
Como com a segurança não se brinca, João Santos diz que se as autoridades nacionais sentirem dificuldades em fazer face a problemática da criminalidade devem recorrer a apoios de países amigos e parceiros com mais experiência e condições.
Para Santos há uma dispersão de meios em matéria de investigação e combate ao crime, realçando a necessidade de serem concentrados meios na Polícia Judiciária, estrutura que considera estar vocacionada para a investigação criminal.
O jurista e professor universitário afirma que cada polícia deve cumprir o seu papel específico, observando sempre o profissionalismo e eficiência.
Questionado se o endurecimento de penas seria outra forma para combater a criminalidade, João Santos diz que não é por este caminho que se vai conseguir melhores resultados.
O jurista afirma que o combate deve ser feito com a adopção de políticas claras e medidas eficazes, envolvendo os diferentes sectores da sociedade, pois não se trata apenas de um problema da polícia. FONTE: VOA