quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Angola: CONTORNOS DE UMA CONSPIRAÇÃO


 
O ministro do Interior, Carlos Veiga, alertou os angolanos para ataques contra o regime democrático desencadeados com o apoio de organizações políticas angolanas e pessoas ou instituições estrangeiras.
 
A denúncia não surpreendeu ninguém. Sempre que o líder da UNITA visita Lisboa e outras capitais de países ocidentais surgem em Angola acções que visam perturbar a estabilidade política e social que vivemos há 12 anos.

As ameaças mais recentes ao regime democrático têm, como as anteriores, o apoio de largos sectores políticos e económicos em Portugal. Mas há luz de escândalos de corrupção em Portugal, é possível ver com mais nitidez até onde vão as cumplicidades. Essas revelações são inquietantes e exigem um esclarecimento urgente por parte das autoridades de Lisboa.

O filho de Mário Soares, deputado do Partido Socialista, foi eleito pela Assembleia da República para o Conselho de Fiscalização do Sistema Serviços de Informações da República Portuguesa. A mesma personagem percorre os canais de televisão portugueses disparando insultos e calúnias contra titulares dos órgãos de soberania de Angola. 

Afirma reiteradamente que os investimentos angolanos em Portugal provêm de fundos roubados. Fala em “cleptocratas de Luanda” com a maior desfaçatez. E nunca se esquece de lembrar a sua condição de membro doConselho de Fiscalização do Sistema Serviços de Informações da República Portuguesa para chancelar as suas mentiras e calúnias.

A “Operação Labirinto” em Portugal levou à detenção de altas figuras do Estado. Mas também trouxe à luz do dia uma situação insólita em qualquer parte do mundo, mesmo no país do filho de Mário Soares, da filha do senhor Gomes, deputada europeia do Partido Socialista, ou do filho do senhor Louçã, líder escondido do Bloco de Esquerda. 

O Serviço de Informações de Segurança (SIS) de Portugal, na pessoa do seu director, um ilustre desembargador, foi fazer uma varredura no gabinete do director-geral do Instituto de Registos e Notariado, arguido no processo dos “Vistos Gold”. Nós temos o direito de suspeitar que os mesmos serviços varrem o quintal dos amigos e atiram com o lixo para a porta de Angola, servindo-se do livre acesso do filho de Mário Soares a todos os canais de televisão portuguesa.

 A Assembleia da República escolheu o deputado do PS para fiscalizar o SIS. Mas os que votaram nele, tinham outro objectivo: dar credibilidade aos ataques soezes e maldosos que ele desencadeia contra as autoridades angolanas. E não nos venham dizer que estamos a explanar uma “teoria da conspiração”. Toda a gente sabe que estamos a dizer a verdade.

Um deputado da Nação que se entretém diariamente a chamar ladrões aos titulares dos órgãos de soberania em Angola sem que os seus pares da Assembleia da República ou os responsáveis do SIS se demarquem de tão graves crimes, é evidente que está mandatado para assim proceder. E não venham dizer-nos que estamos perante o exercício da liberdade de expressão. Não façam de nós indigentes mentais. O filho de Mário Soares, deputado do Partido Socialista está a exercer aquilo que ele considera o seu direito de conspiração contra Angola.

Todos estes dislates ultrapassam o mero exercício do direito a emitir opiniões. A liberdade de expressão tem limites. E no caso do fiscalizador do SIS, esses limites são ainda mais estreitos. Sempre que o filho de Mário Soares fala em dinheiro ilegal exportado de Angola, de ladrões, de corruptos e cleptocratas, a opinião pública portuguesa acredita porque pensa que ele tem informações secretas fornecidas pelos serviços secretos que é suposto fiscalizar. Nós sabemos que não. 

Tudo o que ele diz, são mentiras e calúnias. Todas as suas afirmações são peças da conspiração que o ministro do Interior agora denunciou. Disso não temos dúvidas.

A única dúvida que prevalece é se Isaías Samakuva foi a Lisboa pedir aos antigos ocupantes de Angola uma terceira independência, contando com os préstimos da posição privilegiada do filho de Mário Soares junto dos serviços secretos portugueses, ou se a sua base de apoio abrange outras instituições oficiais portuguesas e outros políticos, do Governo ou da Oposição.

Uma coisa é certa: qualquer ataque contra o regime democrático está votado ao fracasso.