Lomé - A oposição togolesa apelou nesta quinta-feira a uma manifestação "massiva" em Lomé, para exigir reformas políticas antes das eleições presidenciais de 2015, em reacção às propostas do presidente Faure Gnassingbé, que excluiu esta semana limitar o número de mandatos presidenciais.
A manifestação, que irá reunir membros da oposição e da sociedade civil, vai ter lugar sexta-feira, uma semana após uma marcha do mesmo tipo dispersada pelas forças da ordem com granadas de gás lacrimogéneo.
"Apelamos às populações de Lomé e seus arredores para saírem massivamente amanhã (sexta-feira) para apoiar a manifestação das organizações de defesa dos direitos humanos” a favor das reformas constitucionais, declarou à AFP Francis Pedro Amuzu, um porta-voz do Combate pela Alternância Política (CAP2015), uma coligação que reúne oito partidos da oposição à volta do candidato Jean-Pierre Fabre, visando as eleições de 2015.
Em visita ao Ghana, Gnassingbé afirmou terça-feira que a Constituição em vigor no Togo, que não limita o número de mandatos presidenciais, será "rigorosamente respeitada" e deu a entender que poderá concorrer a um terceiro mandato no próximo ano.
Contactado quarta-feira pela AFP, o líder da oposição, Jean-Pierre Fabre prometeu "manter a pressão sobre o governo" para "obrigar (o presidente) a realizar reformas" antes do escrutínio.
As reformas reclamadas de longa data pela oposição já foram rejeitadas uma vez pelo Parlamento, onde o partido no poder detém a maioria absoluta.
Trazido ao poder pelo exército após a morte do seu pai, o general Gnassingbé Eyadema, que governou o Togo durante 38 anos, Faure Gnassingbé venceu em 2005 e 2010 as eleições presidenciais.
Na semana passada, em Lomé, as forças da ordem dispararam gás lacrimogéneo contra milhares de manifestantes da oposição que carregavam cartazes como "50 anos para o pai e o filho, é suficiente!".
A manifestação de sexta-feira, organizada por 16 organizações de defesa dos direitos humanos, deve começar na Praça da Pomba da Paz, no centro da cidade, e terminará no bairro de Hanoukopé, reduto da oposição, um itinerário validado pelo ministro da Administração, Gilbert Bawara. Fonte: Aqui