sexta-feira, 21 de novembro de 2014

GOVERNO IVOIRIENSE E MILITARES AMOTINADOS CHEGAM A ACORDO

Abidjan, Côte d'Ivoire (PANA) - O Governo ivoiriense e os militares amotinados chegaram, quinta-feira, a um acordo após duas rondas de negociações que tiveram em conta a satisfação das suas reivindicações sobre os seus estatutos e as suas condições de vida.

A formalização deste acordo foi realizada no palácio presidencial na presença do Presidente ivoiriense, Alassane Ouattara, da delegação governamental enviada para as negociações, da alta hierarquia militar e dos representantes dos militares amotinados.

Segundo o ministro do Interior e Segurança, Hamed Bakayoko, as negociações envolveram o pagamento dos salários em atraso, a promoção para graus superiores, as omissões na integração no Exército unificado após o Acordo Político de Ouagadougou em março de 2007 e as condições gerais de trabalho e de vida.
O acordo prevê o pagamento dos salários em atraso de 2009 a 2011 a partir de finais de novembro de 2014 num período de seis meses e a promoção para os graus superiores será feita em função da antiguidade, do mérito e da categoria, dos quais os primeiros serão promovidos para o grau de sargento a partir de 1 de janeiro de 2015 e os segundos para o grau de caporal-chefe na mesma data.

O ministro Bakayoko indicou que um quadro de trabalho será criado para estudar o caso dos ex-combatentes omitidos na sua integração no Exército unificado e a questão das condições de trabalho e de vida será examinada por um Comité Interministerial a fim de trazer uma resposta global.

O porta-voz dos militares, o oficial subalterno Siaka Ouattara, exprimiu a sua gratidão pela prontidão para a satisfação das duas reivindicaões, insistindo no facto de que estas eram puramente militares.

O Presidente Ouattara sublinhou ter apreciado a execução do apelo lançado para o regresso aos quartéis, garantindo aos militares amotinados o respeito dos compromissos assumidos pelo Governo.

Terça-feira, vários militares descontentes das suas condições de vida manifestaram-se em  várias cidades principais com a ereção de barricadas e disparos ao ar.