A Guiné-Bissau vai ser avaliada entre 23 e 27 de Janeiro no exame periódico ao nível do Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas. A este propósito, a Ministra da Justiça da Guiné-Bissau, Carmelita Pires, considerou ontem que o país terá que subir nos níveis de respeito pelos direitos humanos. Até aqui, tudo bem! Esperamos, pois, que esta avaliação internacional não seja "só para o inglês ver". Porque a história recente dos assassinatos políticos ocorridos na nossa terra, continuam como chagas sem médico nem remédios.
Os familiares das vítimas têm o direito de saber a verdade. Todos sabemos e sentimos que a investigação e julgamento dos autores dos crimes poderão ajudar a pacificar a sociedade guineense. Mas, infelizmente, até agora, não houve um único sinal político sobre o assunto. Portanto, a meu ver, enquanto o Estado guineense não o assumir como prioritária, continuaremos sob assombrações políticas da mesma natureza.
Outros falarão em "segredo de justiça", etc., etc., para legitimar o seu branqueamento. Pergunto: será que os assassinatos de Nino Vieira, Tagme Na Waie, Herder Proença, Baciro Dabó, Roberto Cacheu, entre muitos outros, cabem na panela sem fazer pressão? Aguardemos, mais uma vez, e com serenidade, por aquela que será a visão da Ministra da Justiça, Carmelita Pires, sobre o assunto candente na nossa memória colectiva, na tão esperada avaliação internacional.