sexta-feira, 18 de março de 2016

CARICATURA SOCIAL DA GUINÉ-BISSAU NO FESTIVAL DE HUMOR E TEATRO

Ser actor na Guiné-Bissar é estar no desemprego, mas os artistas não desistem.
 
“Quando as pessoas vêm para o nosso espectáculo preparam-se para rir, mas rir dessa desgraça que está a acontecer na sociedade,” Jorge Quintino, actor guineense.
 
A Rádio Capital organiza este fim-de-semana, em Bissau, o primeiro festival de teatro e humor para reflectir sobre a importância da representação no país mergulhado numa crise politica e social.
 
O Feshuta - Festival de Humor e Teatro – será também uma oportunidade para os artistas usarem o humor para exigir soluções para os principais problemas sociais da Guiné-Bissau, disse à VOA o líder do grupo “Os Fidalgos”, Jorge Quintino.
 
“Eu acho que a guiné já sofreu muito (…) e quando as pessoas vêm para o nosso espectáculo preparam-se para rir, mas rir dessa desgraça que está a acontecer na sociedade,” disse Quintino.
 
Quanto à situação politica, Quintino afirmou que “ninguém pensa no povo. Os políticos esqueceram que o povo tem o poder, tem o direito de voto. Eles vão voltar a pedir o voto ao povo, tenho a certeza”.
 
O grupo de Quintino vai apresentar a comédia “Pinico massamina”, inspirada na guerra civil da década de 1990, na Guiné-Bissau.
 
“Os Fidalgos” existem desde 2002 e têm trabalhado com o reputado realizador guineense Flora Gomes.
 
Apesar dessa exposição, Quintino contou à VOA que ser actor no seu país “é estar no desemprego”.
O humorista Sitafá Seide, mais conhecido pelo pseudónimo Mbana , vai apresentar uma peça sobre uma situação actual da Guiné, que inclui a falta de açúcar.
 
Mbana criou a peça “a pensar nos que não têm a possibilidade, porque os outros podem ir comprar açúcar nos países vizinhos.”
 
O humorista promete criticar também o deficiente funcionamento do ensino público no país, uma vez que os estudantes não podem reivindicar por medo do gás lacrimogénio da polícia. Voz da América