quarta-feira, 23 de março de 2016

PORTUGAL DEFENDE SOLUÇÃO INTERNA PARA CRISE POLÍTICO-MILITAR EM MOÇAMBIQUE

Dois pesos e duas medidas: Na ONU Portugal defende pressão externa para resolver a crise interna guineense, em relação à  Moçambique defende uma solução interna para resolver a crise político-militar. Santchu kuma lebsimenti i na rosto!

Diariamente morrem moçambicanos vitimas da guerra que assola o país, milhares fogem para o vizinho Malawi, mesmo assim, Portugal fecha os olhos e defende uma solução interna para resolver a crise. Que vergonha!

A secretária de Estado portuguesa dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro, afirmou hoje em Maputo que a solução para a atual crise político-militar em Moçambique é interna, salientando que os portugueses "acompanham com atenção" a situação.

"Nós estamos certos de que Moçambique irá encontrar os mecanismos para achar as soluções necessárias para o distender da situação", disse Teresa Ribeiro, falando durante uma conferência de imprensa de balanço da vista que realiza ao país.

Salientando Portugal como um dos países que mais criam emprego em Moçambique, através do setor privado, Teresa Ribeiro assinalou que a manutenção da paz e estabilidade é do interesse dos portugueses, apontando o parceiro africano como um dos principais interesses do Governo de Lisboa em África.

"Nós continuamos a acompanhar com atenção a situação e estamos certos de que a solução está nos próprios moçambicanos", reiterou a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal.

A instabilidade em Moçambique tem vindo a deteriorar-se, com acusações mútuas de ataques armados, raptos e assassínios de dirigentes políticos, além do registo de milhares de pessoas da província de Tete em fuga para o vizinho Malaui, devido à presença militar em alguns pontos da província.

A polícia atribui ao braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) vários ataques a tiro nas últimas semanas nas principais estradas das províncias de Sofala, Manica e Zambézia, uma acusação que o maior partido de oposição em Moçambique nunca desmentiu.

O agravamento da crise política e militar levou o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, a dirigir um convite ao líder da Renamo para a retoma do diálogo, suspenso há meses, mas Afonso Dhlakama condicionou as conversações à presença da mediação do Governo da África do Sul, Igreja Católica e União Europeia.

O maior partido de oposição não reconhece os resultados últimas eleições gerais em Moçambique e ameaça tomar o poder, ainda em março, nas seis províncias onde revindica vitória no escrutínio de outubro de 2014. 

EYAC // PJA