quinta-feira, 24 de março de 2016

OPINIÃO: UM ABRAÇO AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU

Filomeno Pina
Camarada Presidente da Republica da Guiné-Bissau, Dr. José Mário Vaz, ilustre Guineense e chefe de Estado, primeiro-Magistrado da Nação, também nosso primeiro e último nas decisões a tomar como árbitro da Nação! Neste momento é o homem por quem se espera neste final de sessão, após vários pareceres nacionais e internacionais registados em relação à crise politica no País, pareceres: Partidário, Judicial, da Sociedade Civil Guineense e outros, o momento é único e expectante, pois aguardamos sua Excia. Sr. Presidente da República.
 
Por Filomeno Pina | filompina@hotmail.com
 
O Povo que o elegeu nas urnas espera serenamente, que em harmonia com as leis da Constituição da República, tome uma decisão neste momento crucial da sua história, tem a “faca e o queijo nas mãos”, faltará somente o agir acertado, a cortar direito no “bolo”, sem agradar a “gregos e troianos”, queremos uma decisão à razão dos factos concretos e reais, justo, i. é, o mesmo que dizer uma decisão para o Povo Guineense!
 
Sabemos que atingimos um impasse político irracional e não é fácil esta situação crítica em que o País fixou suas amarras na crise “existencial” (politico, social e Jurídico), somos vistos no mundo (mais uma vez) como um Estado-parado! Embora se reconheça um funcionamento a meio-gás. Quando podíamos evoluir melhor e mais rápido, sem este enorme pântano de conflitos de interesses pessoais colocados à frente do nosso Povo, pois é inacreditável, vermos políticos “patriotas” num comportamento paradoxal neste contexto, e remando contra a maré, quase conseguindo parar um Pais a cem por cento, que fazer!?
 
Pois não queria estar na sua pele Camarada Presidente, isto é demais, pois tudo leva a crer que o “empate” actual entre opositores políticos, forjado por impulso egocêntrico virado para aspectos subjectivos assente no interesse pessoal, foram transferidos para o Parlamento neste momento, com a difícil localização de suas raízes, já parece esta situação de todo a um fenómeno de irracionalidade anti-Democrático na sua origem, pelo facto de ninguém se entender ou de alguns até preferirem (consciente/inconscientemente) este impasse verificado, sem diálogo racional à vista, porque esses só sabem “viver” num Estado confuso ou a meio-gás, até quando!
 
Afinal isto agrada a certas pessoas que beneficiam deste impasse, porque se todos dependêssemos da mesma “TORNEIRA”, ponho as mãos no fogo, que nenhum dos conflituosos presentes morreria à sede – havia água igual para todos e com todos a trabalhar para a Paz e desenvolvimento do País. Julgo que os conflituosos e corruptos só querem o proveito próprio, derivado de gestão mafiosa do País, nunca seriam capazes de ariscavam a “vida” para se entenderem num diálogo pela causa da Guiné-Bissau – como o fizeram os nossos LIBERTADORES pela Pátria. Os actuais políticos que nos representam, muitos revelam um handicap patriótico e Democrático, alguns sem perfil de Estado, e pior do que isso, não querem mudar de “vida”!
De facto, nunca ñódja baguêrra lanta na sy mel, pá hy synta na réya! Má hy na tem k’dya, ku baguêrra na tóma konta dy sy mel, ñ’byáz-sõm!
Julgo que alguns pensarão: “que se lixe o País”, mas é lamentável e muito grave tudo isto, ninguém o diz, mas é uma realidade! Parece que tudo foi preparado para provocar a queda abrupta dum triângulo Institucional da Nação: a Presidência; o Parlamento e o Governo. Perguntamos nós, quem de bem com o Povo será o próximo “santo” a abater!?
 
Há um ano atrás podíamos ter evitado avaliação e análise perfeccionista num arranque dos trabalhos do Governo, e ir mudando aos poucos o que está mal, em vez de deitar a “Casa” abaixo, para levantarmos outra, só que depois de um ano tudo isso destruiu a empatia frágil existente entre lideres, uma constatação menos boa mas tarde, porque largarmos uma pomba que se tem na mão, para tentar apanhar a que está a voar!, o resultado disso é este impasse politico vivido até hoje, mas, será só isso, penso que não!?
 
Quando nos deparamos com a “razão que a própria razão desconhece”, aí devemos parar e pensar profundamente, analisar o sentido de oportunidade inteligente que estiver em causa e, só depois agirmos, nunca o inverso (agir e depois pensar).
 
Para caçar uma cobra só com a cabeça de fora, há que ter paciência e aguardar que ela saia do buraco onde se esconde, só depois de taparmos a entrada agirmos sobre o mal, porque se a “víbora” recolhe torna mais difícil sua captura. Penso que medidas extremas quando usadas, muitas vezes pecam por precipitadas ou irreflectidas, só.
 
Por nossa culpa, repito, estamos como estamos neste momento, e por – NOSSA CULPA – porque nunca será só por culpa da figura de Estado. Evitemos este delírio de recriação da figura de – um único culpado – porque é falso, seria uma perda de tempo, pois todos, uns mais do que outros (lideres), são culpados de não fazerem ou não deixarem fazer os outros, o melhor para o nosso Povo, acabando por dificultar todo um projecto de desenvolvimento e o destino do País que é de todos.
 
Como sempre, um Presidente do País está amarrado à Constituição da República num regime Democrático, é o “escravo” da matéria teórica racional (a Constituição), mas, também é ao mesmo tempo, apaixonado do seu Povo, acreditando nisto, esperamos que saiba servir e gerir tudo sem ferir o coração do Povo, devendo saber lidar com o espirito e a razão, ao mesmo tempo, desfazendo o nó-cego criado pelos intervenientes da má política nacional (todos sem excepção), para avançar em busca de equilíbrio/reequilíbrio constante na comunicação deste processo de servir da melhor forma a Nação Guineense.
 
O País espera por si Camarada Presidente da República, o chão já treme, embora a movimentar devagar debaixo dos pés de alguns líderes, por agora, interrogamos, se já reuniu todas as condições necessárias, para decidir em consciência e por todos nós, como Chefe da Nação, então que actue!
 
Sua dificuldade neste momento não está só no Parlamento, no entanto, como deve calcular, todo o atraso nesta resolução e andamento quase parado do País, não abona a seu favor Camarada Presidente, visto que chegados a esta situação, todos esperamos que um Presidente decida, pois estando ausente a sua decisão, significa tacitamente, que o problema é V. Excia., ou que está parado, fazendo parar o Pais.
 
Aparentando um Chefe da Nação “parado”, confuso, que joga com peças ocultas neste Xadrez, quando sabemos, que também pode não ser verdade tudo isto, que aparenta no meio social e politico. No entanto saiba que, tirarem conclusões injustas ou tendenciosas sobre si, até podemos considerar isso normal com este enquadramento derivado do impasse e de muita confusão vivido no País, o sufoco e angústia de ausência de decisão ao longo deste tempo demorado, é um impasse que se vermos bem, agrada a uma minoria, mas ao Povo é que não!
Por isso meu caro Presidente, é tempo de por fim a isto – não há insubstituíveis neste jogo entre lideres, temos no banco de suplentes outros mais, que podem continuar este processo de desenvolvimento e com políticas mais capazes – mas, se ficarmos sem uma decisão do mais alto Magistrado da Nação, ainda é pior e nada tolerável neste momento, pois o seu tempo já não aperta mais, acredito que saiba muito bem o que está em causa, só.
A situação não é fácil para ninguém, muito menos para si Sr. Presidente, e mais, este momento resulta de desonestidades e má gestão dos interesses da Nação ao longo de décadas, hoje fomos empurrados por circunstâncias e variáveis da acumulação real dum conflito e má gestão do País, que se arrasta há muito, e hoje simplesmente veio a explodir em má altura (após as eleições de 2014), mas já é velho e careca! Temos é que tratar do Povo agora, o País resiste e resistirá como até aqui e sempre, façamos na nossa geração algo de bom para os que virão, para continuar na Guineendade.
 
Daqui penso que, mais do que descobrirmos os culpados é decidirmos avançar neste momento pondo de lado ou afastando o que tem de ser “reciclado”, para darmos lugar a ar fresco e vitalidade na nossa Democracia, logo mais, teremos tempo para os “maus” deste filme infeliz. Será um apelo não propriamente para um ajuste de contas, mas, para simplesmente julgar em Sede própria o que for de julgar, mas agora neste momento, é manter de pé a nossa Pátria amada a funcionar!
 
Camarada Presidente Dr. José Mário Vaz, votos de bom trabalho, uma Páscoa Feliz para todos, que Deus abençoe a Guiné-Bissau, ilumine os pensamentos e escolhas dos nossos líderes políticos…
Djarama. Filomeno Pina.
Fonte: gbissau.com