sábado, 18 de junho de 2016

ÁFRICA OCIDENTAL INVESTE NA PRODUÇÃO DE ARROZ

O nosso país(Guiné-Bissau) tem condições para se tornar autossuficiente em arroz, pelo que deve apostar fortemente na sua  produção. Viva JOMAV! Viva mon na lama! 
 
O arroz está a tornar-se o alimento preferido na África Ocidental. Após 40 a importar este produto básico, a região quer agora cultivar arroz suficiente para atender à procura doméstica.
 
As colheitas de arroz na África Ocidental atingirão provavelmente o máximo histórico de 14,9 milhões de toneladas já em 2016, escreve a Bloomberg, em comparação com os 14,6 milhões de toneladas do ano passado, quando o Senegal e o Gana produziram colheitas recorde, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês). A produção do Mali deve crescer cerca de 8%, e a de vários outros países, como Costa do Marfim ou Serra Leoa, tem aumentado todos os anos desde 2011, refere a FAO.
 
Os governos da África Ocidental começaram a investir no cultivo de arroz após a crise de alimentos de 2008, quando uma subida mundial dos preços de vários produtos alimentares desencadeou protestos violentos em cidades da Costa do Marfim, dos Camarões e do Burkina Faso, lembra Concepción Calpe, economista da FAO. «Vimos um grande aumento das importações e, ao mesmo tempo, da produção, porque o preço no mercado internacional estava muito mais alto», disse Concepción. «O medo provocado pela crise de alimentos levou muitos países da África Ocidental a investir fortemente na produção.»
 
Agora, os governos da região procuram responder ao crescente apetite por arroz que está a surgir, e que vai deixando para trás produtos tradicionais, como mandioca e milho.
 
A África Ocidental dependeu de importações de arroz oriundo da Ásia desde 1975, quando o consumo da população, de crescimento acelerado, começou a superar a produção. Hoje, à medida que os salários aumentam e as cidades africanas crescem, mais e mais pessoas comem arroz, porque este é fácil de armazenar e de preparar, de acordo com Yacouba Dembele, diretor do Escritório Nacional para o Desenvolvimento de Arroz na Costa do Marfim.
 
Autossuficiência
 
O Presidente senegalês, Macky Sall, disse no mês passado que os governos deverão pensar em aumentar o cultivo de arroz, porque o produto se tornou um «alimento estratégico» desde que a China passou a importá-lo. Sall prometeu já em diversas ocasiões tornar o Senegal autossuficiente em arroz até 2017 – um plano que a oposição considera inviável.
 
Mas o chefe de Estado senegalês não é o único a ter esse objetivo, lembra a Bloomberg. O Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, quer que seu país seja autossuficiente em arroz também até 2017. Muhammadu Buhari, da Nigéria, definiu 2018 como meta para que o seu país, o maior produtor e importador deste produto na África Ocidental, deixe a importação. Mali, Guiné e Serra Leoa já estão perto da autossuficiência, sendo que a colheita de arroz do Mali cobre 91% da procura doméstica, de acordo com a AfricaRice, um instituto internacional de pesquisa com sede em Abidjan.
 
 Os líderes consideram que a autossuficiência é uma questão política fundamental, e por isso este produto básico tornou-se político. Isto significa que alguns dados oficiais sobre a produção podem não ser fiáveis, diz Concepción, da FAO. «Muitos dos dados estatísticos têm implicações políticas», refere. «Nem todos estão fundamentados em provas fortes.»
 
Fonte: Aqui