Os pais e encarregados de educação e professores estão empenhados na luta para “salvar” o presente ano lectivo, que foi fortemente abalado pela greve de mais de dois meses, decretada pelo Sindicato Democratico de Professores (SINDEPROF). Tendo em conta a paralisação de mais de dois meses das aulas, há vozes que reclamam o presente ano letivo como comprometido, razão pela qual pedem que o mesmo seja anulado por forma a permitir uma preparação melhor do próximo.
Porém, outras vozes avançam que ainda é possível “salvar” o presente ano letivo, por isso, pedem o esforço suplementar do executivo e o bom senso dos sindicatos dos professores, no sentido de colaborarem para que este possa terminar sem mais interrupções.
Sobre o assunto, o repórter do seminário o “O Democrata” contactou diferentes actores envolvidos no processo, para espelharem os seus respectivos pontos de vista em relação a continuidade ou não do ano lectivo.
O repórter do Jornal “O Democrata” ouviu a Associaçao Nacional dos Pais e Encarregados de Educação, alunos a nível de diferentes escolas públicas e um dos responsáveis do SINDEPROF.
“NÃO QUEREMOS VER OS NOSSOS FILHOS TRANSITAR DE CLASSE SEM NÍVEL DE APROVEITAMENTO ACEITÁVEL”
O presidente da Associação Nacional dos Pais e Encarregados de Educação, Armando Correia Landim, explicou ao repórter que a competência de validar o aproveitamento dos alunos nas escolas públicas é do executivo. Contudo assegurou que “nós os pais e encarregados da educação não estariamos disponíveis em ver os nossos filhos transitarem de classe e sem terem um nível de aproveitamento aceitável”.
Para o responsável da organização dos pais e encarregados da educação, os desafios da integração regional convida ao governo guineense à pensar sobre o tipo do ensino que deve dar aos seus cidadãos para que possam fazer face aos cidadãos dos outros países com quem partilham o mesmo espaço de integração”.
ALUNOS DAS ESCOLAS PÚBLICAS DIVERGEM QUANTO À VIABILIDADE DO ANO ESCOLAR
O repórter visitou várias escolas públicas da capital no sentido de ouvir as opiniões dos alunos sobre a viabilidade do ano lectivo ou não. A maioria dos alunos contactados pelo repórter não esconderam as suas insatisfações pelas ondas de paralização, pelo que exigem que o executivo assuma a sua responsabilidade.
Dentre as opiniões recolhidas pode-se compreender uma certa divisão de pontos de vista, dado que um grupo defende a nulidade do ano letivo, porque em sua opinião não há condições claras para a continuidade das aulas. Justificaram-se ainda dizendo que as infraestruturas escolares não oferecem condições de segurança para funcionarem durante a época chuvosa, além do facto de os próprios alunos não estarem psicologicamente preparados para frequentar as aulas fora do tempo letivo normal.
Outro grupo de alunos ouvidos pelo repórter mostrou-se optimista pela possiblidade da continuação das aulas para salvar o presente ano lectivo e pediram o esforço dos professores, bem como do próprio ministério da Educação e do Ensino Superior no sentido de fazer tudo para salvar o ano. No entanto, apelaram aos seus colegas alunos para voltarem às salas de aulas.
“A invalidação do ano letivo terá consequências para os próprios alunos uma vez que a idade não lhes espera. O ministério da educação deve fazer o seu trabalho de garantir o ensino para os guineenses, por isso é hora de começar a entabular contacto junto dos seus parceiros a fim de encontrar os mecanismos possíveis para salvar o ano lectivo”, defendem os alunos.
SINDEPROF MOSTRA-SE DISPONÍVEL PARA TRABALHAR PARA SALVAR ANO LETIVO
O vice-presidente do Sindicato Democrático dos Professores(SINDEPROF), Eusébio Có, disse na declaração ao repóter que a orangização que representa está disponível para empreeder todos os seus esforços com vista a salvar o presente ano escolar.
“Houve anos escolares piores do que o presente, mas que foram validados pelo governo na altura, por isso não há nenhuma razão forte para que seja posta em causa o futuro das crianças”, assegurou o sindicalista.
Contudo, reafirmou a disponibilidade dos docentes em leccionar, desde que o governo dê instruções claras sobre as novas diretrizes para as escolas públicas.
Por: Tiano Badjana
odemocratagb.com
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