segunda-feira, 20 de junho de 2016

AS RELAÇÕES FAMILIARES DE OMAR MATEEN E DOS IRMÃOS TSARNAYEV COM A CIA

O pai de Omar Mateen, o indivíduo que matou uma cinquentena de gays em Orlando alegando ser do Daesh (E.I.), Seddique Mir Mateen, trabalhou para os serviços secretos norte-americanos no Afeganistão durante a guerra contra o governo comunista e seu aliado soviético (1979-1989). Mais tarde, ele emigrou para os EUA, onde Omar nasceu.

Ele anima os média (mídia-br) direccionados aos Afegãos da diáspora. Actualmente, ele apresenta a emissão Durand Jirga Show [1] na televisão por satélite Payam-e-Afghan (sediada em São Francisco). Originário de uma tribo Pachtun, ele deu o seu apoio aos Talibãs (que assumiram a sucessão dos mujahidin da Liberdade que a CIA tinha organizado, junto com o bilionário saudita Osama Ben Laden, contra os soviéticos). Desde a saída do presidente Hamid Karzai, em Setembro de 2014, ele contesta o acordo entre Ashraf Ghani e Abdullah Abdullah e declara-se como presidente no exílio do Afeganistão [2].

O seu filho, Omar Mateen, era empregado da multinacional de segurança G4S. Jamais havia sido assinalado como sendo um radical, nem politicamente, nem religiosamente. Muito embora fosse casado, ele frequentava a boate nocturna gay onde cometeu os seus crimes e manteve relações sexuais pelo menos com um outro cliente.

Os irmãos Dzhokhar e Tamerlan Tsarnayev, que realizaram os atentados à margem da Maratona de Boston, em 15 de Abril de 2013, eram sobrinhos, pelo casamento, de Graham E. Fuller, antigo alto-funcionário da CIA, o qual dirigiu, nomeadamente, as operações da agência no Afeganistão.

O pai dos dois terroristas, Ansor Tsarnayev, é um tchecheno que colaborou com a CIA na União Soviética, antes de emigrar para os Estados Unidos. Um dos dois terroristas, Tamerlan, tinha participado, em 2012, num seminário da Associação georgiana Fundo para o Cáucaso (Кавказский фонд) [3]. Esta ONG, criada pela Fundação Jamestown, ela própria criada pela CIA, preparava jovens tendo em vista «desestabilizar a Rússia».

Os irmãos Tsarnayev jamais haviam sido assinalados como radicais, nem politicamente, nem religiosamente.

Para o analista Webster Tarpley, «O esquema é agora familiar : antigos combatentes estrangeiros, que trabalharam para a CIA, ou para o departamento de Estado, em zonas de conflito, emigram para os Estados Unidos para viver o sonho americano. Permanecem em contacto estreito com a comunidade de inteligência dos EU. Os seus filhos, muitas vezes nascidos nos Estados Unidos, consagram-se a operações terroristas do modo como na nobreza europeia o filho mais novo era destinado a uma carreira militar».

Tradução Alva