domingo, 12 de junho de 2016

Reportagem: JOVEM UNIDOS DE BANDIM-II ENVOLVIDOS NA LIMPEZA DAS VALETAS DE ‘NKUGHA’

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Um grupo de jovens membros de Associação de “Jovens Unidos de Bairro de Bandim – II” tomaram a iniciativa de limpar a valeta localizada na zona de “Nkugha” e que liga o mercado de Caracol ao Campo de Forçado. A iniciativa dos jovens daquela organização com idades compreendidas entre os 15 e os 22 anos, insere-se no âmbito da prevenção das doenças infecciosas, que muitas vezes são contraídas através das picadas dos mosquitos ou outros insectos, sobretudo na época da chuva.

O repórter do semanário “O Democrata” deslocou-se este fim de semana ao Bairro de Bandim, sobretudo àquela zona, para constatar a situação daquela valeta que há muito tempo tem vindo a merecer a preocupação dos moradores, que lamentam a situação do mau cheiro que vem da mesma, bem como preocupações relativas à chuva que se avizinha.
A valeta neste momento entulhado de lixo de mais variados tipos, serve também de esgoto a céu aberto para muitas casas de banhos que se encontram na sua proximidade. Os animais domésticos aproveitam a água estagnada para aí chapinharem e beberem. Podendo também notar-se a presença de mosquitos.
Os habitantes da zona mostram-se preocupados com a situação que, segundo eles, representa um perigo para a saúde e uma ameaça para as crianças.
Outra preocupação manifestada pelos populares daquela zona tem a ver com o medo da inundação das águas da chuva por falta de escoamento, dado que as valetas já se encontram cheias. Por isso, mobilizaram os jovens para ajudarem na limpeza antes que comece a chover com grande intensidade.
O repórter do Jornal “O Democrata” assistiu aos trabalhos da limpeza feitos pelos jovens, concretamente na zona de “Nkugha”, ou seja, a valeta que liga o mercado de Caracol ao Campo Forçado.
“ENQUANTO CIDADÃOS TEMOS QUE DAR A NOSSA CONTRIBUIÇÃO PARA AJUDAR E ALIVIAR O ESTADO”
Já no fim de trabalho, o repórter falou com o responsável daquela organização de jovens, Eliandro Fernandes, que explicou durante a entrevista que a iniciativa do trabalho voluntário de limpar as valetas levada a cabo pela sua organização, surgiu no momento em que estavam a preparar a festa da bancada localizada ao lado dessa valeta.
Eliandro Fernandes adiantou que as condições que espaço onde se situa a bancada não são as melhores para a organização de uma festa, onde vão participar pessoas de diferentes bairros. Por isso decidiram fazer a limpeza para melhorar o ambiente da festa.
“Costumamos fazer este trabalho todos os anos com o apoio dos moradores em termos de alimentação e ferramentas, mas este ano não recebemos nada. Mas decidimos trabalhar, com os nossos meios e sem esperar apoios que possam vir dos moradores ou entidades de boa vontade” notou.
Aquele responsável juvenil explicou ainda que fazer limpeza das valetas é um trabalho que exige muito esforço e condições de proteção, para evitar a contaminação. Mas o mais difícil é a sua remoção por parte da Camara Municipal de Bissau, para o vazador de Antula ou outros locais, com a justificação, muitas vezes, de que as más condições de estradas impedem a entrada de camiões.
“Temos conhecimento suficiente sobre o perigo que este trabalho representa para nós, mas não há outra forma de fazer, é só “meter mão na lama”. O nosso estado tem muitos problemas para resolver na cidade de Bissau e no país em geral, e nós, enquanto cidadãos, temos que dar a nossa contribuição para ajudar e aliviar a pressäo sobre o estado. Portanto, decidimos fazer este trabalho, mesmo correndo risco de saúde”- explicou.
Eliandro Fernandes advertiu neste particular que neste momento, estão parados devido à greve no sector do ensino. Mas que, se receberem apoio em matérias, por parte da Câmara Municipal de Bissau e a colaboração dos moradores, o Bairro de Bandim vai tornar-se numa das zonas mais limpas da cidade de Bissau.
MORADORES PEDEM APOIO DO GOVERNO PARA PROIBIR ESVAZAMENTO DE LIXO NAS VALETAS
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A nossa reportagem ouviu os populares que vivem junto à valeta que asseguraram estarem já cansados de serem entoxicado com mau cheiro do lixo e das águas paradas dessa valeta, de maneira que as autoridades competentes devem criar uma lei que vai punir qualquer cidadão que deite lixo na valeta.
Questionados sobre quem são as pessoas que deitam o lixo nas valetas, os moradores explicaram que não conseguem saber quem são esses indivíduos. Mas que fazem “diskarna” (fazem-no propositadamente).
“Estas pessoas malvadas costumam deitar o lixo na valeta, a partir da meia noite quando todos estamos a dormir. É difícil saber quem são os responsáveis desta transmissão de doença às nossas crianças, que não têm outro espaço para brincar. Às vezes, durante o dia, os moradores deitam o lixo na valeta, mas quando falamos com alguém, pergunta-nos se somos o estado. Portanto para acabar com esta situação é preciso existência de uma lei sobre este pecado que as pessoas cometem dia- à -dia”, espelhou.
Tendo em conta a esta situação, aconselhamos os cidadãos guineenses no sentido de apoiarem a entidade camararia na limpeza das valetas para melhor dignificar a nossa cidade que outrora era considerada a mais limpa a nível da Costa Ocidental, afinal há muita coisa ainda para estado resolver na pátria de Cabral.
Por: Aguinaldo Ampa