Bissau, 03 Fev 17 (ANG) - Cerca de cem famílias foram desalojadas na quinta-feira no bairro de Pequeno Gabu, nos arredores de Bissau por ordens do Tribunal Regional de Bissau.
Segundo a rádio Sol mansi, as autoridades que fizeram despejos alegam que o referido terreno pertence a um cidadão da Guiné Conacri.
“O despejo aconteceu de forma obrigatória e as autoridades espancaram alguns moradores que resistiram a ordem de abandono as suas residências bem como de outras pessoas que estavam a filmar o acontecimento”, revelou a emissora católica.
Em declarações à Sol Mansi, um dos moradores afirmou que nunca receberam qualquer notificação do Tribunal para a não construção de casas, tendo afirmado que o terreno pertence a outro individuo.
Disse que as autoridades policiais chegaram e ordenaram a retirada imediata dos imóveis, alegando que o Tribunal já tinha notificado todos os proprietários das casas em terreno em causa.
O morador não identificado terá afirmado que nem todas as casas em causa foram legalizadas e que os proprietários só possuem de compra a venda, acrescentando que os que foram a Câmara Municipal de Bissau para o efeito a receberam a resposta de que o referido bairro não consta no mapa da cidade de Bissau.

Entretanto um morador de nome Abubacar Baldé afirmou que recebeu uma notificação e foi ao Tribunal ao encontro de um juiz de nome Algâssimo Djálo que lhe disse que o terreno pertente ao terceiro.
Abubacar Baldé disse que foi ao Tribunal três vezes e apresentou todos os documentos necessários ao juiz, este recusou sempre e o aconselhou a constituir um advogado.
Segundo a Sol Mansi, o agente do tribunal que executou a ordem de despejo escusou-se de prestar qualquer declarações à imprensa, alegando que não foi autorizado.
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