Bissau, 03 Fev 17 (ANG) - Cerca de cem famílias foram desalojadas na quinta-feira no bairro de Pequeno Gabu, nos arredores de Bissau por ordens do Tribunal Regional de Bissau.
Segundo a rádio Sol mansi, as autoridades que fizeram despejos alegam que o referido terreno pertence a um cidadão da Guiné Conacri.
“O despejo aconteceu de forma obrigatória e as autoridades espancaram alguns moradores que resistiram a ordem de abandono as suas residências bem como de outras pessoas que estavam a filmar o acontecimento”, revelou a emissora católica.
Em declarações à Sol Mansi, um dos moradores afirmou que nunca receberam qualquer notificação do Tribunal para a não construção de casas, tendo afirmado que o terreno pertence a outro individuo.
Disse que as autoridades policiais chegaram e ordenaram a retirada imediata dos imóveis, alegando que o Tribunal já tinha notificado todos os proprietários das casas em terreno em causa.
O morador não identificado terá afirmado que nem todas as casas em causa foram legalizadas e que os proprietários só possuem de compra a venda, acrescentando que os que foram a Câmara Municipal de Bissau para o efeito a receberam a resposta de que o referido bairro não consta no mapa da cidade de Bissau.
As casas abrangidas pela ordem de destruição, segundo uma senhora que preferiu não se identificou foram construídas desde 2012.
Entretanto um morador de nome Abubacar Baldé afirmou que recebeu uma notificação e foi ao Tribunal ao encontro de um juiz de nome Algâssimo Djálo que lhe disse que o terreno pertente ao terceiro.
Abubacar Baldé disse que foi ao Tribunal três vezes e apresentou todos os documentos necessários ao juiz, este recusou sempre e o aconselhou a constituir um advogado.
Segundo a Sol Mansi, o agente do tribunal que executou a ordem de despejo escusou-se de prestar qualquer declarações à imprensa, alegando que não foi autorizado.
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