Luanda - O drama de F.C. e sua irmã F.T., uma de 15 e outra de oito anos, que sofreram abusos sexuais perpetrados pelo pai, de 40 anos de idade, tendo uma delas ficado grávida e denunciando-o violador, que neste momento encontra-se detido, após cinco anos de abusos constantes.
Fonte: Opais, em http://www.club-k.net
A adolescente contou os momentos dolorosos por que passaram enquanto viviam com o pai. Várias foram as vezes que foram abusadas, tanto as duas quanto as outras três irmãs suas, agora com 11, 13 e 18 anos de idade. As irmãs de 11, 13 e 18 anos fugiram para junto de suas mães por causa dos abusos sexuais, tendo inclusive a mais velha denunciado o pai, mas a mãe não acreditou nas suas palavras.
A adolescente de 15 anos procurava entender o motivo que levava o progenitor a abusá-las, e este respondia-lhe que “todo pai que ama a sua filha faz isso, para não fazer com as pessoas de fora”, revelou enquanto timidamente esfregava as mãos. Ela não conhece a mãe, nunca a viu, e dela o pai nunca falou, apenas sabe que se chama Fátima. Já a sua irmã é órfã de mãe.
Durante dois meses, o pai manteve em casa um quimbandeiro para fazer-lhe tratamentos, tendo este matado uma galinha e obrigado a adolescente a banharse com o sangue da ave e água de mamoeiro. Durante este período, o pai abusava-a usando um medicamento e pediu-lhe que aceitasse envolver-se sexualmente com o quimbandeiro, tendo esta negado.
O ritual era para que o pai tivesse boa vida e no momento do banho de sangue a madrasta viu, tentou intervir, mas Borges não permitiu e acusou-a de contribuir para o insucesso na vida ou que estivesse a ser enfeitiçado. Estes e outros comportamentos, como adultério com outras mulheres que levava à casa, levaram a madrasta a abandonar o lar. Mesmo antes de viverem juntas, a mais velha das cinco irmãs já tinha sido inúmeras vezes violada, e planeava denunciar o pai. Acabou fugindo de casa. O pai, nunca lhes permitiu sair de casa, nem mesmo para brincar com outras crianças do bairro, sob a alegação de que “na rua tem muita gente perigosa”. Ainda assim, a adolescente tentou fugir de casa e dirigiu-se à esquadra da Polícia mais próxima para denunciar os abusos do pai. Borges, agora detido, pediu que as filhas o desculpassem e pensassem bem no que estavam a fazer.
A vizinha que desconfiava do caso
Neste momento, uma vizinha tem estado a acompanhar as duas meninas e elas estão sob os seus cuidados. É uma vizinha que foi cliente assídua de Borges, uma vez que este vendia material de construção num mercado vizinho. “Curiosamente, fui acompanhado as meninas e o pai, também porque eles algumas vezes comiam no meu restaurante. Desconfiava de algumas coisas, principalmente quando mudaram de casa, e, em determinada altura, a adolescente respondia mal ao pai e dava-lhe olhadas”, conta ela, que prefere o anonimato. Em Novembro do ano passado, Borges foi queixar-se à vizinha que três meninas suas lhe tinham roubado 400 mil Kwanzas e refugiaram-se na madrasta, em Saurimo.
“Afinal estava aflito, pois desconfiava que seria descoberto, em Saurimo, que violava as filhas”, disse. Foi nesta altura que descobriram que a adolescente de 15 anos estava grávida. Elas não conhecem nenhum outro familiar paterno, senão o avô que apareceu há uma semana e diz que poderá cuidar delas, levando- as ao Cuando Cubango. O avô tem pretensão de abortar a gravidez, mas foi desaconselhado pelo INAC e a Polícia que acompanham o caso. A vizinha revela que a adolescente muitas vezes não aceita comer, com medo, e por causa do trauma. Está aberta à ajuda de gente de boa vontade, e por isso deixa o seu terminal telefónico, o 912213422, bem como o do avô das meninas, o 925140298.
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Luanda - O cidadão de nome Borges Valente, aproximadamente 40 anos de idade, está a ser acusado de violar suas 5 filhas, tendo uma delas, a de 15 anos, ficado grávida. O facto ocorreu no município de Viana, bairro Capalanca.
Fonte: Opais, em http://www.club-k.net
Em declarações a imprensa, dona Sónia, a vizinha que acompanha as duas meninas que denunciaram o facto no programa Ecos & Factos, confirmou serem todas filhas do senhor, embora de mães diferentes. O cidadão encontra-se detido numa das cadeias de Catete, município de Icolo e Bengo.
As duas meninas, uma de oito e outra de 15 anos, violadas pelo pai, pertencem à mesma mãe e as outras três são de mães diferentes. De acordo com a vizinha, que prometeu fornecer mais detalhes sobre o assunto, o pai mantinha as em casa, não permitia que saíssem, nem para brincar com as outras meninas do bairro, para além de as ameaçar de morte.
A adolescente grávida, que se fez acompanhar de sua irmã, de oito anos, também vítima do progenitor, para além de fazer a denúncia, pede ajuda porque não conhece a sua mãe. O pai encontra- se na prisão de Kakila e a filha grávida acredita que o mesmo tenha agido daquela forma por “força do feitiço”. Hoje, segundo a vizinha, a menina de oito anos será levada ao Laboratório de Criminalística de Luanda para os devidos exames. Quanto às outras três irmãs, que supostamente estão entre as vítimas de violação sexual perpetrada pelo pai, Dona Sónia disse que fugiram para junto de suas mães e que, possivelmente, as progenitoras nem sequer sabem que as filhas terão passado por isso.
O crime abalou a vizinhança do Capalanca, esta que se solidariza com a situação e ajuda as meninas que sonham em conhecer a mãe, já que o pai que as devia cuidar é visto como o “destruidor de suas vidas”. É um caso que OPAIS vai continuar a acompanhar, também por se tratar do segundo caso denunciado, em Luanda, cujo progenitor viola quase o mesmo número de filhas. O primeiro deu-se no município do Cazenga, cujo pai, de 63 anos, violou quatro filhas, duas de sete anos, uma de 10 e outra de 12, e foi condenado a 15 anos de prisão.