Umaro Sissoco Embaló |
Em entrevista à DW África, o secretário nacional do PAIGC, Ali Hijazi, volta a defender a nomeação de Augusto Olivais para o cargo de primeiro-ministro e o respeito ao Acordo de Conacri.
Na Guiné-Bissau, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que venceu as últimas eleições guineenses, mas continua vedado ao poder, está "cético" em relação ao pedido de demissão apresentado pelo primeiro-ministro Umaro Sissoco Embaló, na passada sexta-feira (12.01).
Em entrevista à DW África, numa primeira reação à renúncia do primeiro-ministro, que ainda não foi confirmada pelo Presidente José Mário Vaz, o secretário nacional do PAIGC, Ali Hijazi, afirma que esta não é a primeira vez que Embaló apresenta a sua renuncia.
"Por isso, o PAIGC continua cético em relação a esse pedido de demissão. A mim me parece, segundo informações, é a segunda vez que ele apresenta este pedido, razão pela qual nós estamos um pouco reticentes se o Presidente da República irá, na realidade, cumprir o Acordo de Conacri ou não", disse Hijazi.
Entre as medidas estabelecidas pelo Acordo de Conacri, assinado em outubro de 2016, está a formação de um Governo consensual, cujo primeiro-ministro seria Augusto Olivais. Para o secretário nacional do PAIGC, esta seria a saída para crise política no país.
Vontade política
Entretanto, Ali Hijazi entende que a solução para crise vigente vai depender muito da vontade política do Presidente José Mário Vaz, a quem ele acusa de continuar a promover a instabilidade e insegurança social no país.
Presidente José Mário Vaz
"A corrupção hoje em dia é generalizada na Guiné-Bissau dada à persistência da crise política sustentada por José Mário Vaz há mais de dois anos", frisou.
Mesmo sem reações da Presidência, que confirmou estar analisando o pedido de demissão do primeiro-ministro, a renúncia de Umaro Sissoco Embaló começa a suscitar movimentações políticas na capital guineense.
No sábado, houve uma reunião entre o Partido da Renovação Social (PRS), formação que suporta o atual Governo, e o grupo dos 15 deputados expulsos do PAIGC.
A expetativa dos guineenses é que, nos próximos dias, uma decisão do Presidente José Mário Vaz poderá pôr termo à crise política vivida no país.
Leia também:
Guiné-Bissau: Presidente analisa pedido de demissão do primeiro-ministro
Umaro Sissoco Embaló apresentou o seu segundo pedido de demissão do cargo, esta sexta-feira (12.01), sem citar motivos. Presidência confirmou que está a analisar a solicitação.
De acordo com fonte da Presidência guineense, que confirmou o recebimento da carta de demissão do primeiro-ministro, após a análise do documento, José Mário Vaz vai "informar o país sobre a aceitação ou não", segundo citou agência de notícias Lusa.
Caso o pedido de demissão seja aceite, o Presidente deverá publicar um decreto a anunciar a exoneração de Embaló, que já é o quinto primeiro-ministro nomeado desde as legislativas de 2012.
Além de enviar carta de demissão ao gabinete presidencial, Umaro Sissoco Embaló, que ocupa o cargo desde 18 de novembro de 2016, anunciou a sua sua posição na sua página no Facebook.
Na publicação exposta na rede social, Embaló não especificou os motivos para o pedido de demissão, referindo apenas que havia apresentado ao chefe de Estado guineense a sua demissão pela segunda vez – a primeira foi a 6 de dezembro do ano passado.
Entretanto, segundo a edição online do jornal guineense "O Democrata", citado também pela agência Lusa, o pedido de demissão do primeiro-ministro tem a ver com uma situação que envolve os ministros João Fadiá, das Finanças, e Botche Candé, do Interior – facto que Embaló "não digeriu bem", de acordo com fontes ouvidas pelo "O Democrata".
O jornal afirma que o primeiro-ministro considerou que o Presidente, neste caso, esteve do lado dos seus ministros.
"Demissão de Embaló não resolve problema em Bissau"
No mesmo dia em que Embaló apresentou o seu pedido de demissão a José Mário Vaz, o Movimento de Cidadãos Inconformados com a crise política no país acusou a comunidade internacional de "passividade e de brincadeira com o povo guineense", que sofre "com um regime anticonstitucional da República".
O porta-voz criticou a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a representação da ONU em Bissau, acusando-as de "falta de posição clara" perante a crise guineense.
"Estamos a pedir à comunidade internacional que se posicione de forma incisiva para demonstrar que, de facto, compreende o problema em que estamos, para demonstrar que não está a dormir perante um Governo ilegal", declarou Sumaila Djaló.
Sobre o pedido de demissão do primeiro-ministro, o porta-voz dos Inconformados disse que a saída de Embaló "por si só não resolve o problema".
"Se o 'Jomav' quiser demitir o seu Governo que o demita. Mas o problema é o Presidente, que deve demitir-se para irmos a eleições gerais antecipadas, em 2018", notou Djaló, referindo-se a José Mário Vaz pelo nome pelo qual é conhecido no país.
Fonte: DW África
Caso o pedido de demissão seja aceite, o Presidente deverá publicar um decreto a anunciar a exoneração de Embaló, que já é o quinto primeiro-ministro nomeado desde as legislativas de 2012.
Além de enviar carta de demissão ao gabinete presidencial, Umaro Sissoco Embaló, que ocupa o cargo desde 18 de novembro de 2016, anunciou a sua sua posição na sua página no Facebook.
Na publicação exposta na rede social, Embaló não especificou os motivos para o pedido de demissão, referindo apenas que havia apresentado ao chefe de Estado guineense a sua demissão pela segunda vez – a primeira foi a 6 de dezembro do ano passado.
Entretanto, segundo a edição online do jornal guineense "O Democrata", citado também pela agência Lusa, o pedido de demissão do primeiro-ministro tem a ver com uma situação que envolve os ministros João Fadiá, das Finanças, e Botche Candé, do Interior – facto que Embaló "não digeriu bem", de acordo com fontes ouvidas pelo "O Democrata".
O jornal afirma que o primeiro-ministro considerou que o Presidente, neste caso, esteve do lado dos seus ministros.
"Demissão de Embaló não resolve problema em Bissau"
No mesmo dia em que Embaló apresentou o seu pedido de demissão a José Mário Vaz, o Movimento de Cidadãos Inconformados com a crise política no país acusou a comunidade internacional de "passividade e de brincadeira com o povo guineense", que sofre "com um regime anticonstitucional da República".
O porta-voz criticou a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a representação da ONU em Bissau, acusando-as de "falta de posição clara" perante a crise guineense.
"Estamos a pedir à comunidade internacional que se posicione de forma incisiva para demonstrar que, de facto, compreende o problema em que estamos, para demonstrar que não está a dormir perante um Governo ilegal", declarou Sumaila Djaló.
Sobre o pedido de demissão do primeiro-ministro, o porta-voz dos Inconformados disse que a saída de Embaló "por si só não resolve o problema".
"Se o 'Jomav' quiser demitir o seu Governo que o demita. Mas o problema é o Presidente, que deve demitir-se para irmos a eleições gerais antecipadas, em 2018", notou Djaló, referindo-se a José Mário Vaz pelo nome pelo qual é conhecido no país.
Fonte: DW África