A configuração do nosso cenário político mudou-se radicalmente com a aparição do Movimento para Alternância Democrática "MADEM G-15", derrubando por terra a teoria da morte política do G-15 com o término da IX legislatura. Tudo que parecia uma vitória certa do PAIGC com a realização do seu último Congresso e a consumação das expulsões e suspensões do G-15 e dos militantes fiéis ao grupo hoje, com o Congresso do MADEM G-15, é uma interrogação. Os discursos mudaram porque as teorias mudaram e os cenários também prometem alterar.
Neste artigo proponho-me analisar os possíveis cenários político até Novembro e suas implicações, mas garanto que esse exercício não passa da chamada "teoria de probabilidade", apenas:
1º cenário - Ameaça a PAIGC e o PRS:
Ao que me parece, pelo discurso de líder do MADEM G-15, o casamento entre o grupo e os Renovadores está saudável pelo que, enquanto não houver situações que provam o contrário, o Movimento ora lançado não constituirá ameaça às bases eleitorais do PRS, e com a possível "coligação" que se fala, caso venha concretizar, só reforçará os Renovadores.
Noutro lado temos um PAIGC profundamente atingido com a "erosão" Os 15, e partindo do princípio que constituem, na sua boa parte, a expressão da força popular dos Libertadores só tenho a concluir que o PAIGC está perante a ameaça dum "hecatombe" político grave. O PAIGC terá que disputar seus bases com os seus dissidentes e levando em conta a característica de massa que lhe peculiar, perder uma boa parte dos "detentores" das mesmas não é nada saudável para ele;
2º cenário - O futuro político do JOMAV:
O futuro político do Chefe de Estado é tão nebuloso tanto quanto a certeza duma vitória folgada dos Libertadores em Novembro. O Chefe de Estado falhou a (sua) confiança com o grupo na exoneração do Sissoco e a nomeação do Artur Silva, e fala-se de que teriam (o movimento Botche e o de apoio a Jomav) inclinados à convite do G-15 para se entregarem ao MADEM; igualmente fala-se do Umaro Sissoco com o possível candidato do grupo às presidenciais de 2019, caso ser verdade não deixa de ser uma ameaça a reeleição do Presidente Jomav. É importante frisar que o Jomav é uma "carta fora do baralho" para o partido que patrocinou a sua eleição em 2014 e caso não vier contar com o PRS e o MADEM sua reeleição está comprometida porque o Chefe de Estado não soube criar uma estrutura social e/ou de massa fiel a ele, ou seja não construiu a ponte para, sozinho, sem os aliados de ontem, se reeleger;
3º cenário - o último e imprevisível e complicado:
É certa que teremos uma eleição complicada, as correlações de forças não acabaram, ainda, de se apresentarem, mas a certeza é que contará com o Baciro Djá, APU e o Serifo Nhamajo como concorrentes e aí a "teoria de probabilidade" que acima mencionei, nada está definido, tudo está em aberto (...) as alianças e pactos poderão alterar a balança. E o certo é que não será dessas eleições (legislativas e presidenciais) que a Guiné-Bissau vai conhecer a Paz e a Estabilidade política e governativa condições indispensáveis para o progresso de qualquer país.
Quando uma nação se deixou banalizar acaba caído no precipício da própria ignorância!
Autoria: Ussumane Grifom Camará, via facebook