
Em declarações à Lusa, à margem da apresentação do livro "Os
donos de Portugal", Carlos Lopes disse que, se "os milhões de
dólares" de investimento angolano em Portugal fossem investidos em Angola,
seria possível "combater a pobreza que existe" no país.
"Esperemos que (...) os lucros, a haver lucros, sejam (...)
investidos em Angola e não reinvestidos em Portugal", sustentou o
dirigente do Bloco Democrático, partido sem representação parlamentar em Luanda
e que tem "boas relações" com o Bloco de Esquerda português, ao qual
pertencem os três autores do livro "Os donos angolanos de Portugal":
Francisco Louçã, João Teixeira Lopes e Jorge Costa.
Perante uma plateia de portugueses, entre os quais vários dirigentes
do Bloco, nomeadamente os dois atuais coordenadores, Catarina Martins e João
Semedo, e de angolanos, o jornalista Nicolau Santos apresentou a obra e falou
da "permissividade do sistema financeiro português".
Com a crise, a elite nacional, sobretudo financeira e empresarial,
"passou a estar de joelhos perante o capital angolano", disse,
realçando que hoje "é difícil encontrar" uma empresa portuguesa que
não tenha negócios ou parcerias em Angola.
Nicolau Santos disse ainda que "os investimentos muito
importantes" que Luanda está a fazer no setor da comunicação social em
Portugal "pretendem amaciar a imagem" de Angola e "evitar
notícias desagradáveis" ao poder em Luanda. Leia mais