quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

CABO VERDE TERÁ REGRAS ESPECÍFICAS NAS PARCERIAS ECONÓMICAS ENTRE ÁFRICA OCIDENTAL E UE


Cidade da Praia - Os países da África Ocidental concordaram em permitir a Cabo Verde obter "regras diferentes" nas negociações dos Acordos de Parceria Económica (APE) com a União Europeia (UE), nomeadamente nas tarifas aduaneiras, noticiou nesta quarta - feira a Rádio de Cabo Verde.
A garantia foi obtida pela delegação de Cabo Verde que esteve presente na segunda e na terça-feira, em Dakar, numa reunião do Comité Ministerial da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), destinada a analisar o relatório das negociações dos APE.     
Citado nesta quarta – feira pela Rádio de Cabo Verde (RCV), o ministro do Turismo, Indústria e Energia cabo-verdiano, Humberto Brito, salientou que foram analisados todos os consensos no âmbito do APE para garantir os interesses de cada país. 
"O relatório vai agora ser enviado ao Conselho de Ministros da CEDEAO e, depois, para aprovação pelos diferentes países, após o que será remetido à cimeira de chefes de Estado e de Governo, que decidirá sobre as medidas resultantes do consenso obtido entre as equipas de negociação", indicou.
"Tendo em conta que somos um país arquipelágico, há um consenso em relação à nossa especificidade, tendo ficado decidido que as regras aplicadas a Cabo Verde serão totalmente diferentes. Vamos trabalhar todo o quadro nacional para aproveitarmos o acordo, salvaguardando a especificidade do país", salientou. 
Cabo Verde tem também de salvaguardar os compromissos já assumidos com a Organização Mundial do Comércio (OMC) e no quadro do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) para evitar colisões. 
Em 2010, Bruxelas disponibilizou 6.500 milhões de euros, no quadro da Parceria Económica para o Desenvolvimento (PAPED), para um "programa ambicioso" de ajuda ao comércio e integração económica na África Ocidental válido por cinco anos. 
O PAPED, elemento essencial do APE, conta com cinco eixos estratégicos, que passam pela diversificação e acréscimo das capacidades de produção, desenvolvimento do comércio intra - regional e facilitação do acesso aos mercados internacionais. 
Prevê também melhoramento e reforço das infra - estruturas nacionais e regionais ligadas ao comércio, a realização dos ajustes indispensáveis e a consideração das outras necessidades ligadas ao comércio e as operações de seguimento e de avaliação do APE. 
 Em Março de 2013, numa reunião na Cidade da Praia, os 15 membros da CEDEAO chegaram a um consenso para a União Aduaneira, no quadro da Tarifa Externa Comum (TEC) e manifestaram a intenção de a começar a aplicar já este ano, embora Humberto Brito tenha admitido, então, ser um "«timing» apertado".    
No entanto, o acordo obtido, considerado "histórico", permitiu que a sub-região oeste -africana possa falar a uma só voz com a UE e avançar nas negociações dos APE. Angop