Luanda, - A pobreza na Guiné-Bissau, agravada pelos
sucessivos anos de instabilidade político-militar, foi considerada neste
terça-feira pelo docente universitário Benedito Sipandeni, em Luanda, como
situação que tem contribuído para que haja casos de narcotráfico e o envolvido
algumas figuras políticas e militares guineenses.
Entrevistado pela Angop, para se debruçar sobre a
nova liderança do Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde e a
situação da instabilidade que aí se vive, a fonte sublinhou que além da
pobreza, a ausência de fiscalização das fronteiras terrestres, marítimas e
áreas tem facilitado a passagem de drogas pelo país, principalmente, as
proveniente da América Latina com destino à Europa e Ásia.
Por isso, sublinhou Sipandeni, algumas figuras
políticas e chefias militares guineenses têm sido acusadas do envolvimento
neste tráfico, “o que não abona para a boa imagem das instituições e a sua
credibilidade internacional”.
“Estamos lembrados da prisão, em Abril de 2013, do
antigo chefe da Marinha, o contra-almirante, José Américo Bubo Na Tchuto, que
foi capturado pela Marinha Norte-americana e levado para os Estados Unidos da
América, onde está a ser julgado pelo tráfico internacional de drogas.
Frisou que embora haja esse empecilho, a comunidade
internacional, no âmbito bilateral e multilateral, está empenhada para evitar
que a Guiné-Bissau se torne num Estado fracassado.
Neste contexto, a União Africana (UA), as Nações
Unidas, a Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP), a organização
regional CEDEAO, e a Comissão do Golfo da Guiné(CGG) estão fortemente engajados
para que haja estabilidade política e social daquele país da África do Oeste,
realçou.
Para esse, outras instituições internacionais e
regionais estão fortemente apostadas no processo eleitoral da Guiné Bissau para
que decorra de forma livre e transparente e conduza o país para a estabilidade
política e o bem-estar do seu povo, enfatizou.
Ao se debruçar sobre a influencia do exército a
desestabilização do país, Benedito Sipandeni afirmou que os órgãos de defesa e
segurança têm a missão de garantir à integridade territorial do país, a
independência, a paz e o bem estar dos cidadãos e assegurar o funcionamento das
instituições.
“Pensamos que as eleições deverão iniciar uma nova
era de paz e estabilidade naquele país lusófono da África Ocidental e que as
Forças Armadas e a Policia guineense deverão desempenhar o seu papel de
garantes da defesa, da ordem e da tranquilidade publicas antes, durante e após
o escrutínio”, aconselhou.
Neste sentido, o chefe de estado-maior do Exército
da Guiné- Bissau, general António Indjai, garantiu recentemente que as forças
armadas não vão tolerar fraudes nas próximas eleições marcadas para 13 de
Abril próximo.
“Estas declarações demonstram o envolvimento directo
dos militares na vida política o que pode não ser muito bom para a democracia”,
reconheceu a fonte.
Quanto aos assassinatos de políticos que tem
ocorrido, desde a independência do país em 1974, o analista refuta que esse
problema se coloca em relação a pessoas físicas individuais, mas a conjuntura
política do próprio país, em que são visadas figuras políticas que dirigem o
país.
Realçando que esperar que as próximas eleições
tragam uma verdadeira reconciliação entre irmãos e que acontecimentos de triste
memória como o assassinato do Presidente Nino Vieira não volte a acontecer na
Guiné- Bissau, concluiu. Angop
Benedito Sipandeni, vá passear o cão do JES.