quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

POBREZA NA GUINÉ-BISSAU CONTRIBUI PARA SURGIMENTO DE CASOS DE NARCOTRÁFICO - BENEDITO SIPANDENI


Luanda, - A pobreza na Guiné-Bissau, agravada pelos sucessivos anos de instabilidade político-militar, foi considerada neste terça-feira pelo docente universitário Benedito Sipandeni, em Luanda, como situação que tem contribuído para que haja casos de narcotráfico e o envolvido algumas figuras políticas e militares guineenses.
Entrevistado pela Angop, para se debruçar sobre a nova liderança do Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde e a situação da instabilidade que aí se vive, a fonte sublinhou que além da pobreza, a ausência de fiscalização das fronteiras terrestres, marítimas e áreas tem facilitado a passagem de drogas pelo país, principalmente, as proveniente da América Latina com destino à Europa e Ásia.
Por isso, sublinhou Sipandeni, algumas figuras políticas e chefias militares guineenses têm sido acusadas do envolvimento neste tráfico, “o que não abona para a boa imagem das instituições e a sua credibilidade internacional”.
“Estamos lembrados da prisão, em Abril de 2013, do antigo chefe da Marinha, o contra-almirante, José Américo Bubo Na Tchuto, que foi capturado pela Marinha Norte-americana e levado para os Estados Unidos da América, onde está a ser julgado pelo tráfico internacional de drogas.
Frisou que embora haja esse empecilho, a comunidade internacional, no âmbito bilateral e multilateral, está empenhada para evitar que a Guiné-Bissau se torne num Estado fracassado.
Neste contexto, a União Africana (UA), as Nações Unidas, a Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP), a organização regional CEDEAO, e a Comissão do Golfo da Guiné(CGG) estão fortemente engajados para que haja estabilidade política e social daquele país da África do Oeste, realçou.
Para esse, outras instituições internacionais e regionais estão fortemente apostadas no processo eleitoral da Guiné Bissau para que decorra de forma livre e transparente e conduza o país para a estabilidade política e o bem-estar do seu povo, enfatizou.
Ao se debruçar sobre a influencia do exército a desestabilização do país, Benedito Sipandeni afirmou que os órgãos de defesa e segurança têm a missão de garantir à integridade territorial do país, a independência, a paz e o bem estar dos cidadãos e assegurar o funcionamento das instituições.
“Pensamos que as eleições deverão iniciar uma nova era de paz e estabilidade naquele país lusófono da África Ocidental e que as Forças Armadas e a Policia guineense deverão desempenhar o seu papel de garantes da defesa, da ordem e da tranquilidade publicas antes, durante e após o escrutínio”, aconselhou.   
Neste sentido, o chefe de estado-maior do Exército da Guiné- Bissau, general António Indjai, garantiu recentemente que as forças armadas não vão  tolerar fraudes nas próximas eleições marcadas para 13 de Abril próximo.
“Estas declarações demonstram o envolvimento directo dos militares na vida política o que pode não ser muito bom para a democracia”, reconheceu a fonte.
Quanto aos assassinatos de políticos que tem ocorrido, desde a independência do país em 1974, o analista refuta que esse problema se coloca em relação a pessoas físicas individuais, mas a conjuntura política do próprio país, em que são visadas figuras políticas que dirigem o país.
Realçando que esperar que as próximas eleições tragam uma verdadeira reconciliação entre irmãos e que acontecimentos de triste memória como o assassinato do Presidente Nino Vieira não volte a acontecer na Guiné- Bissau, concluiu. Angop 
Benedito Sipandeni, vá passear o cão do JES.