O primeiro hospital do mundo destinado a
vítimas de mutilação genital feminina (MGF) abre no dia 07 de março em
Bobo-Dioulasso, no Burkina Faso, informou a organização sediada nos Estados
Unidos Clitoraid, responsável pela infraestrutura.
Num comunicado divulgado na sua página na
Internet, a Clitoraid indica que a primeira dama do Burkina Faso, Chantal
Compaore, vai presidir à cerimónia de inauguração do hospital.
"Ela
(Chantal Compaore) tem sido uma voz firme contra os horrores da MGF e
sentimo-nos honrados com a sua presença", disse a diretora de comunicação
da Clitoraid, Nadine Gary, citada no comunicado.
Doações
e o esforço de voluntários em todo o mundo permitiram a construção do hospital,
onde as vítimas de excisão serão tratadas gratuitamente.
"O
objetivo é ajudar o maior número de vítimas possível a realizar esta cirurgia,
o que também ajudará a desencorajar a prática bárbara da MGF", disse Gary,
adiantando que a organização não-governamental possui uma lista de espera com
centenas de nomes de candidatas.
O
hospital chamado "the Kamkaso", que significa "a casa para as
mulheres", foi alcunhado de "hospital do prazer". A cirurgia
"irá restaurar a sua dignidade como mulheres, bem como a sua capacidade de
experimentar prazer físico, que lhes foi tirada contra a sua vontade",
disse ainda a responsável da Clitoraid.
Segundo
Nadine Gary, dois cirurgiões voluntários norte-americanos irão realizar as
operações no novo hospital e treinar outros cirurgiões para o poderem fazer.
O
último relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), divulgado
em julho, estima em 125 milhões o número de mulheres vítimas de mutilação
genital feminina e calcula que 30 milhões de meninas estão sujeitas a serem
submetidas à prática na próxima década.
No
relatório, que tem por base pesquisas efetuadas ao longo de 20 anos em 29
países de África e do Médio Oriente, a UNICEF lamenta que a MGF se mantenha
"extraordinariamente perseverante, apesar de quase um século de tentativas
para a eliminar". Fonte: Aqui