O
desemprego está a levar um número cada vez maior de espanholas a dedicar-se à
prostituição. Perante este facto, a associação de trabalhadoras sexuais Aprosex
decidiu oferecer às interessadas um curso intensivo de
"profissionalização", no próximo sábado, em Barcelona, para ajudá-las
a superar as dificuldades iniciais.
Conxa
Borrell, presidente da Aprosex, confirmou ao diário espanhol "El
Periodico" o aumento do número de mulheres que, nos últimos anos, tem
optado pela prostituição. Segundo revelou, são na maioria mulheres jovens,
entre os 18 e os 23 anos, que ainda estudam e precisam de pagar as despesas na
universidade ou acabaram o curso e não encontram saída profissional. Também há
um número elevado de mulheres com mais de 50 anos, que estão desempregadas e
não conseguem obter trabalho.
Também
o gestor do "site" de acompanhantes "PhotoEscorts" revelou
ao "El Periodico" que o número de estudantes universitárias que se
dedicam à prostituição através de "sites" como o que dirige aumentou
exponencialmente nos últimos anos. "São raparigas que cresceram nas redes
sociais, atrevem-se mais e, sempre que podem, conseguem ganhar entre 400 a 500
euros por hora durante os períodos de feiras e congressos", salientou.
Ao
ser confrontada com o aumento do número de mulheres que, por razões económicas,
são levadas ao mundo da prostituição, Conxa Borrell entendeu ser útil oferecer
uma série de orientações para as "novatas". E assim decidiu criar o
curso intensivo "Prostituição: noções básicas para a
profissionalização", com o apoio de uma psicóloga clínica.
"Ser
prostituta não é algo vocacional. Contudo, quando se toma essa decisão, é
necessário saber umas quantas coisas para que não se sintam perdidas, como
aconteceu comigo no início", explicou Conxa Borrell.
Durante
a formação, as alunas irão refletir sobre a necessidade de tratarem bem os
clientes e não mentirem nos anúncios sobre as suas características físicas,
entre muitos outros assuntos relacionados com saúde, sexualidade e finanças. JN