Bissau, 25 fev (Lusa) - O
secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, quer um novo cronograma
eleitoral da Guiné-Bissau resolvido com "urgência" e
"flexibilidade" por parte de todos os intervenientes, refere no
último relatório sobre o país a que a agência Lusa teve hoje acesso.
"Registo, em particular, o impacto
do prolongamento do recenseamento eleitoral nos prazos das tarefas chave que
restam e apelo a todas as partes interessadas para tratarem do assunto
urgentemente e com a necessária flexibilidade", pode ler-se no documento.
O relatório datado de 14 de fevereiro
vai ser analisado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas em Nova Iorque,
na quarta-feira, num encontro em que o representante especial da ONU em Bissau,
José Ramos-Horta, vai participar a partir da capital guineense via
teleconferência, disse fonte da organização à Lusa.
O presidente de transição da
Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, adiou na sexta-feira as eleições gerais de 16 de
março para 13 de abril, mas ainda não conhecidas as datas para outras fases do
processo, como a entrega de candidaturas, publicação de listas e cadernos
eleitorais ou campanha.
"É crucial que o ímpeto e
entusiasmo gerados pelo recenseamento eleitoral sejam mantidos durante a
votação", acrescenta o relatório.
Apesar de considerar que a situação de
segurança no país permanece "estável", o documento refere que durante
o período em análise (desde 19 de novembro) "não houve processos
significativos no que respeita à defesa dos direitos humanos e luta contra a
impunidade".
É também assinalado que "a situação
social e económica continuou a deteriorar-se".
Segundo o relatório das Nações Unidas, "de
acordo com dados provisórios, a situação financeira do tesouro do Governo de
transição agravou-se no último trimestre de 2013", deixando mais
trabalhadores públicos sem salários.
O Gabinete Integrado das Nações Unidas
para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) foi criado pelo Conselho
de Segurança da ONU e iniciou funções em janeiro de 2010.
Entre outros objetivos, a missão
pretende contribuir para manter a ordem constitucional e a segurança pública,
apoiar o diálogo político, o processo de reconciliação nacional e ajudar na
mobilização de assistência internacional. Lusa
Leia também: Funcionários da Rádio Nacional da Guiné-Bissau iniciam greve de 30 dias
Leia também: Funcionários da Rádio Nacional da Guiné-Bissau iniciam greve de 30 dias