Nova
Iorque - O presidente da Comissão das Nações Unidas para Consolidação da Paz,
António Patriota, defendeu quarta - feira no Conselho de Segurança que as
eleições de 13 de Abril "tem o potencial para ser o mais importante passo
para a consolidação da democracia na história da Guiné-Bissau."
No
final da semana passada, o Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo
Nhamadjo, marcou para o dia 13 de Abril a realização das eleições gerais, dando
sem efeito a anterior data de 16 de Março.
Patriota
visitou o país em Janeiro, durante uma semana, e considerou o impacto do golpe
de estado de 2012 como "devastador".
"Encontrei
um país em grave crise económica, apesar dos seus recursos naturais e potencial
humano. As consequências do golpe atingiram de forma mais dura os mais pobres e
vulneráveis e, aparentemente, não atingiu os seus responsáveis", disse o
embaixador do Brasil na ONU.
"Estou
convencido que a impunidade na Guiné-Bissau é resultado da persistente crise
política, de instituições frágeis e de obstáculos por resolver na relação entre
a população civil e militar", acrescentou.
Patriota
informou os membros do Conselho de Segurança que, nos encontros que teve,
"o crime internacional e o tráfico de droga continuam a ser grandes
preocupações, apesar das avaliações que indicavam um declínio relativo."
O
embaixador terminou enumerando três objectivos a médio prazo: a nível
institucional, fechar um ciclo transferindo o poder para responsáveis eleitos,
a nível social e económico, melhorar os indicadores focando-se na segurança
alimentar e no desenvolvimento rural, e, por fim, no sector da segurança,
criação de uma plataforma de coordenação do apoio internacional que apoie a
modernização do sector privado.
O
embaixador de Moçambique na ONU, António Gumende, falou em representação da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
"Intimidação,
violação dos direitos humanos, falta de acções concretas para combater
impunidade, restrições a liberdade de expressão e reunião que causam um clima
persistente de insegurança são preocupações", disse o diplomata.
No
mesmo encontro, o representante especial da ONU em Bissau, José Ramos-Horta,
defendeu que "não devem ser aceites desculpas adicionais" para um
adiamento das eleições na Guiné-Bissau.
A 13 de Abril, os
guineenses vão escolher os deputados ao parlamento e um novo Presidente da
República, acabando o processo de transição iniciado em Abril de 2012, na
sequência de um golpe de Estado militar que destituiu os órgãos eleitos. Angop