Bissau, 25 fev (Lusa) - Hélder Vaz,
antigo diretor-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e
presidente do partido Resistência da Guiné-Bissau entregou hoje no Supremo
Tribunal de Justiça a documentação exigida para a candidatura a presidente do
país.
Acompanhado dos seus apoiantes, Hélder
Vaz disse aos jornalistas estar pronto para chefiar a Guiné-Bissau e realizar o
sonho de Amílcar Cabral, "pai" da independência: "transformar a
Guiné-Bissau numa Suíça de África".
Hélder Vaz assumiu-se como um político
sério, maduro, preparado, com espírito de paz e disse acreditar que se estiver
acompanhado por um Governo de tecnocratas "de competência
reconhecida" pelo mundo fora, o país terá condições de refundar o Estado.
O candidato que já foi ministro de
Estado, da Economia e Desenvolvimento Regional num Governo de coligação da RGB
com o Partido da Renovação Social, sob a presidência de Kumba Ialá, propôs
também que se faça a refundação das Forças Armadas.
Para Hélder Vaz, esta refundação do
Estado e das Forças Armadas teria lugar a 24 de setembro, data da independência
do país.
Nesse dia, preconizou, as Forças Armadas
Revolucionárias do Povo passavam a chamar-se Forças Armadas Republicanas.
Assumindo-se como "um dos pais
fundadores" da democracia guineense, devido à sua ação na abertura
democrática nos anos 1990, o candidato disse ter chegado a hora de lutar pela
restauração da democracia na Guiné-Bissau, que considerou estar ameaçada.
O líder da RGB afirmou que "o país
está um caos", pelo que não bastará apenas uma reforma das instituições,
mas a refundação de todo o aparelho do Estado.
Confiante na sua vitória, Hélder Vaz
prometeu trabalhar num espaço de quatro anos e transformar a Guiné-Bissau
"para melhor", apontando os recursos humanos, o ouro e o petróleo
como fatores para potenciar o desenvolvimento.
O candidato disse pretender levar a
Guiné-Bissau a explorar os seus recursos petrolíferos para ser, em oito anos, o
terceiro maior produtor da África subsaariana, atrás da Nigéria e de Angola.
O dirigente político afirmou ter uma
noção dos recursos naturais alegadamente existentes no país pela sua passagem
pelo cargo de ministro da Economia. Lusa