O
guineense Carlos Schwarz, diretor executivo da Ação para Desenvolvimento (AD),
morreu hoje, em Lisboa, segundo noticia a própria organização
não-governamental, na sua página na internet.
Mais
conhecido como "Pepito", nascido em 1949, Carlos Schwarz foi deputado
à Assembleia Nacional e ministro do Equipamento Social no governo de unidade
nacional guineense, após o conflito político-militar de 1998/99.
Nos
primeiros anos da independência da Guiné, foi coordenador do DEPA (Departamento
de Experimentação e Pesquisa Agrícola), instituição do Ministério da
Agricultura, que promoveu as boas práticas agrícolas junto da população
camponesa.
Engenheiro
agrónomo de formação, "Pepito" fundou a AD para combater a fome e
promover a cidadania e o desenvolvimento, sobretudo das populações mais rurais.
Neto
de judeus polacos que sobreviveram ao gueto de Varsóvia e filho de um jurista
guineense nacionalista preso pela polícia política do Estado Novo (PIDE),
Carlos Schwarz era também um dinamizador cultural, tendo fundado rádios
comunitárias, em cujos estúdios descobriu e gravou novos talentos musicais
guineenses, e também a inovadora (para a região) televisão comunitária de
Klelé, nome de um dos bairros de Bissau.
"Viveu
e lutou pelos seus ideais, princípios e valores. Viveu e morreu como um ser
livre", assinala a organização que fundou, que considera "imenso e
ímpar" o seu legado. RTP