Genebra
(Suiça ) - O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR)
pediu nesta terça -feira um reforço de segurança para proteger mais de 15.000
pessoas que correm um "risco muito elevado" de serem atacadas na
República Centro Africana (RCA).
"Estas
populações correm um risco muito elevado de ataque e precisam urgentemente de
uma melhor segurança", disse o porta-voz daquela agência da ONU Adrian
Edwards, citado num texto divulgado no "site" do ACNUR.
A
população em causa, na maioria muçulmanos, encontra-se distribuída por 18
locais no noroeste e sudoeste da RCA, que estão cercados por grupos armados,
sobretudo de milicianos "anti -balaka", maioritariamente cristãos.
"As
áreas que mais nos preocupam incluem a zona PK12 em Bangui e as cidades de
Boda, Bouar e Bossangoa", indicou Edwards.
A
RCA mergulhou no caos desde que em Março de 2013 a coligação Séléka, de maioria
muçulmana, derrubou o governo do país maioritariamente cristão, desencadeando
uma espiral de violência sectária, com um balanço de milhares de mortos e
centenas de milhares de deslocados.
"Apelamos
novamente a todos os elementos armados para que parem os ataques contra os
civis. Apelamos também para que sejam destacadas mais tropas internacionais,
tendo em conta que o seu número é muito baixo considerando o tamanho do país e
a extensão da crise", disse o porta-voz do ACNUR.
O
secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu na quinta-feira um
reforço urgente da presença internacional na RCA de pelo menos 3.000 soldados e
polícias, para travar a catástrofe que se vive no país.
Para
o secretário-geral da ONU, o reforço de efectivos devia ser concretizado
"nos próximos dias e semanas" para apoiar as tropas francesas e
africanas no terreno, que considerou serem insuficientes para responder à
situação.
A
missão da União Africana na RCA, a Misca, conta com cerca de 5.500 homens, que
são apoiados pelos 1.600 militares franceses da operação Sangaris. Angop