Maputo, 20 fev (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné Equatorial, Agapito Mba Mokuy, manifestou hoje à Lusa em Maputo a "determinação" do seu país em cumprir todas as exigências impostas para o país aderir à CPLP.
Agapito Mba Mokuy enfatizou a "vontade política" do Governo de Malabo de cumprir os requisitos para a adesão à CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), falando à margem da Reunião Extraordinária do Conselho de Ministros da CPLP, que se realiza hoje na capital moçambicana.
"Estou praticamente seguro que eles (os ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP) verão que há uma vontade política, há uma determinação do país, para que a Guiné Equatorial tome o seu assento na família (da CPLP) que lhe pertence por razões históricas, culturais e de língua", afirmou Agapito Mba Mokuy.
O chefe da diplomacia equato-guineense adiantou que a Constituição do país vai definir a língua portuguesa como o terceiro idioma do país, depois do espanhol e do francês, no quadro do plano de adesão recomendado pela CPLP, além de prosseguir as ações de formação de cidadãos do país na língua portuguesa.
"Agora mesmo, há 25 estudantes que vão a Portugal tirar cursos no campo dos hidrocarbonetos. O Ministério dos Assuntos Exteriores está a organizar uma formação para funcionários do Estado que vão formar-se em Portugal. E a embaixada brasileira em Malabo está a formar mil estudantes, pelo que há que dar tempo para que esta gente que está a aprender português possa dominar o idioma", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné Equatorial.
Questionado sobre a moratória à pena de morte que a CPLP exige que a Guiné Equatorial decrete, Agapito Mba Mokuy reiterou que o país irá cumprir todas as recomendações necessárias para a adesão à organização.
"Nessa ótica, a esta altura, não há razões para que Guiné Equatorial não seja membro por inteiro da CPLP, por razões históricas, culturais e de língua que une o país aos países maioritariamente irmãos da CPLP", sublinhou o chefe da diplomacia equato-guineense.
Um dos maiores produtores de petróleo de África, a Guiné Equatorial é liderada por Teodoro Obiang desde 1979 e considerada um dos regimes mais fechados do mundo por organizações de direitos humanos. portocanal.sapo.pt