Bissau, 24 fev (Lusa) - O
primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, figura entre
dez militantes que solicitaram o apoio do PAIGC para se candidatarem às
eleições presidenciais de 13 de abril, disse hoje à Lusa fonte da direção do
partido.
De acordo com Luís Melo, presidente do
Conselho Nacional de Jurisdição do Partido Africano da Independência da Guiné e
Cabo Verde (PAIGC), histórico partido guineense e com maior número de deputados
no parlamento, o pedido de Carlos Gomes Júnior (Cadogo, como é conhecido), foi
entregue, em carta, pelo seu advogado, no sábado.
"Esse pedido, como de outros
militantes, vai ser analisado pela plenária do Conselho Nacional de Jurisdição
e o veredicto será comunicado à direção superior do partido", afirmou Luís
Melo.
A plenária do Conselho Nacional de
Jurisdição (uma espécie de tribunal do partido), composta por sete membros
efetivos e dois suplentes, deve reunir-se ainda hoje e o mais tardar até
terça-feira irá terminar de analisar os pedidos de apoio.
"Vamos analisar os pedidos conforme
os requisitos exigidos, se constatarmos que algum pedido tem em falta algum
documento, informamos a pessoa para no prazo de 24 horas o entregar",
declarou Luís Melo.
Após a verificação da documentação, o
Conselho Nacional de Jurisdição envia para a direção do partido os
pré-candidatos considerados elegíveis para serem submetidos a votação pelo
Comité Central (órgão máximo entre Congressos) que, por sua vez, através de
voto secreto, irá escolher o candidato a ser apoiado pelo PAIGC.
A reunião do Comité Central está marcada
para 01 e 02 de março, ou seja, o próximo fim de semana.
Instado a revelar os nomes dos dez
militantes do PAIGC que solicitaram o apoio do partido para as presidenciais,
Luís Melo recusou-se, alegando ser competência da direção.
Contudo, adiantou que o prazo da entrega
dos pedidos terminou no domingo.
Segundo fontes do partido no grupo dos
10 pré-candidatos estão Mário Lopes da Rosa, atual ministro das Pescas no
Governo de transição, Luís Oliveira Sanca, governante desde os anos 1970 (foi
ministro de várias pastas, a última das quais da Administração Territorial, até
ao golpe de Estado de abril de 2012) e Francisco Benante, antigo presidente do
Parlamento e antigo líder do PAIGC.
Estão também no mesmo grupo, Aristides
Gomes, antigo primeiro-ministro do PAIGC e Mário Cabral, embaixador da
Guiné-Bissau no Senegal e ministro em vários governos desde os anos 1970. Lusa
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