O representante especial do secretário-geral da
ONU para a Guiné-Bissau Ramos Horta disse hoje ao Conselho de Segurança
das Nações Unidas estarem criadas as condições técnicas para a realização de
eleições gerais a 13 de Abril e que não se devem considerar mais adiamentos.
Ramos Horta pediu
uma resposta robusta do Conselho de Segurança para as tentativas de minar as
eleições gerais naquele país.
Ao intervir hoje na
reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a Guiné-Bissau via video
conferência a partir da capital guineense, Ramos Horta considerou um recorde
"surpreendente e impressionante" o desfecho do recenseamento para
as eleições marcadas para 13 de Abril.
Os dados
provisórios apontam para o registo de mais de 770 mil pessoas que correspondem a
pelo menos 95% da população de eleitores potenciais.
O relatório
apresentado pelo antigo presidente timorense destacou um plano de segurança
eleitoral que está a ser implementado na Guiné-Bissau, com apoio do Escritório
Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz no país e as Forças de
Estabilização da Cedeao.
Conforme explicou,
a iniciativa envolve estruturas conjuntas nacionais lideradas pela polícia, com
militares a exercer um papel de reserva.
O representante
especial do secretário-geral da ONU destacou ainda o sucesso do recenseamento
eleitoral graças ao apoio de países e de entidades regionais.
Entretanto, ramos
Horta pediu a atenção da comunidade internacional para o período pós-eleitoral,
para que o país esteja pronto para enfrentar os desafios de estabilização.
Conforme citou o
Nobel da Paz, é necessária assistência além do apoio para as reformas
essenciais e para a reconstrução do Estado e das necessidades adicionais.
O informe refere
ainda que a situação económica e humanitária deteriorou-se, apesar de
apoio de agências e ONG.
Em nome da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o embaixador de Moçambique
António Gumende que assume a presidência rotativa do bloco, lamentou o facto de
funcionários públicos estarem quase três meses sem salários.
Na reunião, o
embaixador da Guiné-Bissau junto à ONU João Soares da Gama realçou o sucesso do
recenseamento e destacou que a estabilidade social dependerá do apoio
internacional.
Ainda de acordo com
Ramos Horta estão inscritos nas eleições 14 partidos e 12 candidatos
presidenciais, sendo 8 independentes e 4 de partidos políticos. Voz da América