Lisboa - Os ministros das
Finanças da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) reúnem-se na
sexta-feira em Maputo para debater a crise financeira mundial e a gestão sustentável
dos recursos naturais, tentando potenciar as relações comerciais.
O encontro, que será fechado
à imprensa na maior parte do tempo, terá dois temas oficiais: “Crise Financeira
Mundial: Opções de Investimento Público e Privado para a Promoção do
Crescimento Económico na CPLP' e 'Gestão Sustentável de Recursos Naturais, seu
impacto na Receita do Estado”.
Para a directora-geral
da CPLP, Georgina Mello, o encontro de sexta-feira na capital moçambicana
deverá servir para melhorar a comunicação entre os países, que muitas vezes é
um dos entraves à realização de bons negócios entre os oito países que falam
português.
"A comunicação entre a
procura de um país e a oferta do outro é fundamental porque há necessidades que
são gritantes nuns sítios e noutro país que nem sabe disto há excedentes nessa
área; é preciso comunicarem uns com os outros", diz em entrevista à Lusa
Georgina Mello.
A nova directora-geral da
CPLP, que defende uma vertente mais económica para esta comunidade de países
com a mesma língua, defende a criação de "um conjunto de mecanismos para
suportar as intenções dos Estados" e assume que uma das suas tarefas é precisamente
"criar mecanismos que facilitem a criação de propostas que dêem corpo e
consistência a um tecido económico ainda ténue, mas que já existe".
Olhados como se fossem um só
país, os membros da CPLP valem cerca de 2,5 biliões de dólares, com o Brasil a
contribuir com quase 90%, são responsáveis por 4% do PIB mundial e representam
mais de 250 milhões de pessoas espalhadas por quatro continentes, para além de
ocuparem o 5º lugar no ranking de países que partilham a mesma língua
oficial.
De acordo com os dados
oficiais, Portugal é o país que mais exporta para qualquer um dos outros
membros da CPLP, sendo responsável, por exemplo só nas trocas com Angola, por
quase 4 mil milhões de dólares de exportações, a que se somam mais 2,3 mil
milhões de importações, fazendo desta relação a mais volumosa dentro da
CPLP.
Por outro lado, Portugal é o
único país (com excepção da Guiné-Bissau, através do golpe de Estado) a estar
em recessão em 2012, último ano para o qual há dados comparáveis entre todos os
países da Comunidade, e tem a mais elevada dívida pública de todos os países:
124%. Angop