quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

MINISTROS DAS FINANÇAS DA CPLP DEBATEM CRISE MUNDIAL E GESTÃO DE RECURSOS EM MAPUTO


Lisboa - Os ministros das Finanças da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) reúnem-se na sexta-feira em Maputo para debater a crise financeira mundial e a gestão sustentável dos recursos naturais, tentando potenciar as relações comerciais.
O encontro, que será fechado à imprensa na maior parte do tempo, terá dois temas oficiais: “Crise Financeira Mundial: Opções de Investimento Público e Privado para a Promoção do Crescimento Económico na CPLP' e 'Gestão Sustentável de Recursos Naturais, seu impacto na Receita do Estado”. 
 Para a directora-geral da CPLP, Georgina Mello, o encontro de sexta-feira na capital moçambicana deverá servir para melhorar a comunicação entre os países, que muitas vezes é um dos entraves à realização de bons negócios entre os oito países que falam português.  
"A comunicação entre a procura de um país e a oferta do outro é fundamental porque há necessidades que são gritantes nuns sítios e noutro país que nem sabe disto há excedentes nessa área; é preciso comunicarem uns com os outros", diz em entrevista à Lusa Georgina Mello. 
A nova directora-geral da CPLP, que defende uma vertente mais económica para esta comunidade de países com a mesma língua, defende a criação de "um conjunto de mecanismos para suportar as intenções dos Estados" e assume que uma das suas tarefas é precisamente "criar mecanismos que facilitem a criação de propostas que dêem corpo e consistência a um tecido económico ainda ténue, mas que já existe". 
Olhados como se fossem um só país, os membros da CPLP valem cerca de 2,5 biliões de dólares, com o Brasil a contribuir com quase 90%, são responsáveis por 4% do PIB mundial e representam mais de 250 milhões de pessoas espalhadas por quatro continentes, para além de ocuparem o 5º lugar no ranking de países que partilham a mesma língua oficial. 
 De acordo com os dados oficiais, Portugal é o país que mais exporta para qualquer um dos outros membros da CPLP, sendo responsável, por exemplo só nas trocas com Angola, por quase 4 mil milhões de dólares de exportações, a que se somam mais 2,3 mil milhões de importações, fazendo desta relação a mais volumosa dentro da CPLP.    
Por outro lado, Portugal é o único país (com excepção da Guiné-Bissau, através do golpe de Estado) a estar em recessão em 2012, último ano para o qual há dados comparáveis entre todos os países da Comunidade, e tem a mais elevada dívida pública de todos os países: 124%. Angop