quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

GUINÉ-BISSAU: LÍDERES DOS PARTIDOS MAIS VOTADOS NO PARLAMENTO GUINEENSE ADMITEM ENTENDIMENTO


Bissau, 26 fev (Lusa) - Os líderes dos dois partidos mais votados no Parlamento guineense, Domingos Simões Pereira (pelo PAIGC) e Alberto Nambeia (PRS), encontraram-se hoje para reforçar a necessidade de um entendimento entre as duas forças políticas.

Alberto Nambeia, presidente do Partido da Renovação Social (PRS), chefiou a delegação que se deslocou à sede do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), onde os dois líderes estiveram reunidos durante cerca de 45 minutos.

Em declarações aos jornalistas, ambos sublinharam que um entendimento entre os dois partidos poderia ajudar a sensibilizar as outras forças políticas e também a "pacificar os espíritos" no país.

Para Alberto Nambeia, entre o PRS e o PAIGC não se pode falar de adversários, mas de partidos que querem desenvolver a Guiné-Bissau.

O líder do PRS quer que haja um Pacto de Regime a partir do qual a governação do país poderá ser partilhada entre os partidos.

"No nosso entender, a tentativa de assumir o poder sozinho é o que tem trazido os problemas que conhecemos neste país. Para nós, a vitória eleitoral não é o mais importante, mas sim criar mecanismos para estabilizar a governação ", observou Nambeia.

O novo líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, por sua vez, vê na iniciativa de Alberto Nambeia "um gesto de grande sentido de Estado", a qual prometeu institucionalizar no futuro.

"Valorizamos isso porque abre-nos uma perspetiva de colaboração interpartidária que eu penso que não só vai ao encontro dos nossos objetivos, mas também contribui para a pacificação do país, um ambiente necessário para a ida às urnas", declarou.

Sobre o facto de o Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, ter marcado por decreto presidencial, sem recurso ao parlamento, a data limite da entrega das candidaturas no Supremo Tribunal de Justiça para 05 de março, os dois dirigentes partidários teceram comentários distintos.

O líder do PRS disse que primeiro vai consultar as instâncias jurídicas do seu partido para tomar uma posição, enquanto o presidente do PAIGC afirmou respeitar a decisão de Serifo Nhamadjo dado que foi tomada no quadro de consenso com os atores políticos. Lusa