Bissau, 26 fev (Lusa) - Os líderes dos
dois partidos mais votados no Parlamento guineense, Domingos Simões Pereira
(pelo PAIGC) e Alberto Nambeia (PRS), encontraram-se hoje para reforçar a
necessidade de um entendimento entre as duas forças políticas.
Alberto Nambeia, presidente do Partido
da Renovação Social (PRS), chefiou a delegação que se deslocou à sede do
Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), onde os dois
líderes estiveram reunidos durante cerca de 45 minutos.
Em declarações aos jornalistas, ambos
sublinharam que um entendimento entre os dois partidos poderia ajudar a
sensibilizar as outras forças políticas e também a "pacificar os
espíritos" no país.
Para Alberto Nambeia, entre o PRS e o
PAIGC não se pode falar de adversários, mas de partidos que querem desenvolver
a Guiné-Bissau.
O líder do PRS quer que haja um Pacto de
Regime a partir do qual a governação do país poderá ser partilhada entre os
partidos.
"No nosso entender, a tentativa de
assumir o poder sozinho é o que tem trazido os problemas que conhecemos neste
país. Para nós, a vitória eleitoral não é o mais importante, mas sim criar
mecanismos para estabilizar a governação ", observou Nambeia.
O novo líder do PAIGC, Domingos Simões
Pereira, por sua vez, vê na iniciativa de Alberto Nambeia "um gesto de
grande sentido de Estado", a qual prometeu institucionalizar no futuro.
"Valorizamos isso porque abre-nos
uma perspetiva de colaboração interpartidária que eu penso que não só vai ao
encontro dos nossos objetivos, mas também contribui para a pacificação do país,
um ambiente necessário para a ida às urnas", declarou.
Sobre o facto de o Presidente de
transição, Serifo Nhamadjo, ter marcado por decreto presidencial, sem recurso
ao parlamento, a data limite da entrega das candidaturas no Supremo Tribunal de
Justiça para 05 de março, os dois dirigentes partidários teceram comentários
distintos.
O líder do PRS disse que primeiro vai
consultar as instâncias jurídicas do seu partido para tomar uma posição,
enquanto o presidente do PAIGC afirmou respeitar a decisão de Serifo Nhamadjo
dado que foi tomada no quadro de consenso com os atores políticos. Lusa