Lisboa, 14 fev (Lusa) -- O representante especial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na Guiné-Bissau defendeu hoje que as ligações aéreas com Portugal poderão ser retomadas após a conclusão do inquérito sobre o embarque forçado de passageiros num voo da TAP.
A 10 de dezembro, a tripulação de um avião da TAP foi "forçada?" pelas autoridades guineenses a transportar 74 passageiros ilegais, o que levou ao fim dos três voos diretos semanais entre a Guiné-Bissau e a Europa, concertado entre a transportadora e o governo português, foi justificado pela grave falha de segurança, que foi igualmente censurada pela alta representante da União Europeia, Catherine Ashton.
"Esse problema será ultrapassado na medida em que os inquéritos e os processos administrativos e judiciais forem concluídos", permitindo identificar "os reais responsáveis pelo grave problema", considerou o representante da CPLP, Carlos Moura.
Dois meses após o incidente, ainda ninguém foi responsabilizado, apesar de um inquérito ter concluído que o ministro do Interior, Suka Ntchama, deu a ordem de embarque forçado.
Questionado sobre a demora no processo, Carlos Moura defendeu que "esta aparente lentidão é determinada pela gravidade do problema".
"Causa uma certa estranheza o que podemos chamar de morosidade no decorrer do processo. Mas é muito natural, porque é preciso muita prudência, porque é um caso muito sério. Quem for punido, deve sê-lo severamente, mas mediante provas irrefutáveis", sustentou o representante dos países lusófonos.
Carlos Moura disse ainda acreditar que "nem as autoridades guineenses nem as autoridades portuguesas nem a empresa aérea de Portugal querem penalizar a população guineense".
JH // PJA - Lusa