Maputo, 15 fev (Lusa) - O ministro da
Saúde de Portugal, Paulo Macedo, defende que, na atual conjuntura, a manutenção
dos compromissos da CPLP no setor só será possível através da concentração da
cooperação em áreas específicas e concretas.
Os ministros da Saúde da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP) enfatizaram esta semana numa reunião em
Maputo a vontade de reforçar a cooperação na área, desafiando as restrições
financeiras com que os seus países se debatem, principalmente devido à crise
económica e financeira em Portugal.
Questionado em Maputo pelos jornalistas
sobre a capacidade de Portugal de estar à altura das exigências da cooperação
num contexto recessivo como o atual, Paulo Macedo apontou a concentração da
colaboração em áreas específicas e concretas, como a chave para o reforço dos
compromissos no domínio da saúde.
"Face às sérias restrições com que
nos debatemos, o reforço da cooperação requer a concentração em áreas mais
concretas e específicas", sublinhou Paulo Macedo.
Segundo o ministro português, cada país
da CPLP pode acrescentar uma maior utilidade à cooperação na saúde, apostando
na vertente em que detém um maior factor de diferenciação.
Apontando o caso de Portugal, Paulo
Macedo disse que o país tem maior disponibilidade para ajudar os parceiros
africanos nos desafios que enfrentam na saúde materno-infantil, malária,
oncologia e doenças infecto-contagiosas.
"Moçambique, por exemplo, aposta em
novas áreas, como na radioterapia, onde Portugal já tem alguma experiência. Há
ai um interesse comum, que abre uma forte possibilidade de cooperação",
sublinhou o ministro português da Saúde.
O reforço da cooperação na saúde, ao
nível da CPLP, observou Paulo Macedo, também passa por manter as áreas
tradicionais, como a formação e o envio de doentes, para os países com maior
capacidade no tratamento de algumas enfermidades.
Também na utilização de medicamentos
genéricos, Portugal pode trocar experiências com os países africanos, ajudando,
nomeadamente, na introdução de quadros legais e regulatórios que combatam a
contrafação, acrescentou o ministro português da Saúde. Lusa