sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

LÍDER DO PARLAMENTO DA GUINÉ-BISSAU QUER SER PRESIDENTE PARA "LUTAR CONTRA O INCONFORMISMO"


 
Bissau, 14 fev (Lusa) - O presidente do parlamento da Guiné-Bissau, Ibraima Sori Djaló, apresentou hoje a candidatura, como independente, à presidência do país com o propósito de "lutar contra o inconformismo".

Em conferência de imprensa, o dirigente do Partido da Renovação Social (PRS), que já chegou a liderar, disse que não gostou do facto de o seu partido ter escolhido o empresário Abel Incada como candidato às presidenciais, numa eleição interna a que ele também concorreu, e por isso decidiu avançar.

Sori Djaló disse que não aceita a escolha do partido por julgar que foi baseada "em pressupostos tribais" e ainda por considerar que Abel Incada "é um dirigente pouco conhecido" entre as bases do PRS.

Djaló afirmou que a sua candidatura ao cargo de chefe de Estado visa lutar contra o inconformismo e a "realidade negativa" que se apresenta perante os cidadãos e a comunidade internacional.

Afirmando possuir a capacidade e a autoridade para exercer o cargo de Presidente da República, Djaló disse que vai concentrar-se no combate "às intrigas e divisionismo" que, afirmou, certos setores pretendem instaurar na Guiné-Bissau.

Se for eleito chefe de Estado, apontou como outras tarefas essenciais promover o diálogo, a concertação e a cooperação entre os diferentes órgãos de soberania, que neste momento, observou, parecem ser antagónicos.

Sori Djaló afirmou possuir a "lucidez, a determinação e a isenção" para lutar e erradicar os males que disse afetarem a própria democracia na Guiné-Bissau.

Afirmou também que a classe política devia ter a coragem de pedir desculpas ao povo pelo caminho para o qual conduziu o país ao longo dos últimos anos.

"Faço este 'mea culpa' porque sou candidato consciente dos erros cometidos e com pretensão de ajudar a corrigi-los", declarou Djaló, que elegeu ainda a unidade e a justiça social como elementos fundamentais da sua candidatura.

As eleições gerais (legislativas e presidenciais) estão marcadas para 16 de março, mas o Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, está a realizar consultas aos partidos políticos, chefias militares e organizações representativas da sociedade civil no sentido de serem realizadas numa nova data.

O adiamento surge depois do prolongamento do recenseamento eleitoral, que devia ter sido realizado em dezembro, mas só terminou no início de fevereiro.

Estas eleições marcam o fim do período de transição que se seguiu ao golpe de Estado de 12 de abril de 2012. Lusa