Bissau, 14 fev (Lusa) - O presidente do
parlamento da Guiné-Bissau, Ibraima Sori Djaló, apresentou hoje a candidatura,
como independente, à presidência do país com o propósito de "lutar contra
o inconformismo".
Em conferência de imprensa, o dirigente
do Partido da Renovação Social (PRS), que já chegou a liderar, disse que não
gostou do facto de o seu partido ter escolhido o empresário Abel Incada como
candidato às presidenciais, numa eleição interna a que ele também concorreu, e
por isso decidiu avançar.
Sori Djaló disse que não aceita a
escolha do partido por julgar que foi baseada "em pressupostos
tribais" e ainda por considerar que Abel Incada "é um dirigente pouco
conhecido" entre as bases do PRS.
Djaló afirmou que a sua candidatura ao
cargo de chefe de Estado visa lutar contra o inconformismo e a "realidade
negativa" que se apresenta perante os cidadãos e a comunidade
internacional.
Afirmando possuir a capacidade e a
autoridade para exercer o cargo de Presidente da República, Djaló disse que vai
concentrar-se no combate "às intrigas e divisionismo" que, afirmou,
certos setores pretendem instaurar na Guiné-Bissau.
Se for eleito chefe de Estado, apontou
como outras tarefas essenciais promover o diálogo, a concertação e a cooperação
entre os diferentes órgãos de soberania, que neste momento, observou, parecem
ser antagónicos.
Sori Djaló afirmou possuir a
"lucidez, a determinação e a isenção" para lutar e erradicar os males
que disse afetarem a própria democracia na Guiné-Bissau.
Afirmou também que a classe política
devia ter a coragem de pedir desculpas ao povo pelo caminho para o qual
conduziu o país ao longo dos últimos anos.
"Faço este 'mea culpa' porque sou
candidato consciente dos erros cometidos e com pretensão de ajudar a
corrigi-los", declarou Djaló, que elegeu ainda a unidade e a justiça
social como elementos fundamentais da sua candidatura.
As eleições gerais (legislativas e
presidenciais) estão marcadas para 16 de março, mas o Presidente de transição,
Serifo Nhamadjo, está a realizar consultas aos partidos políticos, chefias
militares e organizações representativas da sociedade civil no sentido de serem
realizadas numa nova data.
O adiamento surge depois do
prolongamento do recenseamento eleitoral, que devia ter sido realizado em
dezembro, mas só terminou no início de fevereiro.