"Naturalmente – perguntou –, sabe do que se trata, Rieux? [...] Pois eu sei. [...] vi alguns casos em Paris, há uns vinte anos. Simplesmente, nessa altura, não houve a coragem de lhe dar um nome. A opinião pública é sagrada: nada de pânico. Sobretudo, nada de pânico. E depois, como dizia um colega: 'É impossível, toda a gente sabe que ela desapareceu do Ocidente' ".
- A Peste, Albert Camus, Lisboa, Livros do Brasil, p. 334.
Muitos órgãos de comunicação comparam a situação contemporânea na Europa com os dias anteriores à II Guerra Mundial. Gostava de fazer aqui uma correção importante. Neste momento estamos a assistir ao fomento pelo Ocidente de mais um regime nazi representado pela junta de Kiev e isso faz lembrar a segunda metade dos anos 30 em que aconteceu a mesma cooperação com a Alemanha, transformada num estado fascista.
Claro que a Ucrânia que conhecemos hoje não pode comparar-se à Alemanha de Hitler. Mas o primeiro golpe é meia batalha ganha. A adesão cega ao Führer começou com um cabo desconhecido a pregar a xenofobia e a vingança.
É um segredo do domínio público que os Estados Unidos foram coniventes com Adolf Hitler. A penetração dos EUA foi significativa e intensa, em especial a sua cooperação com a indústria de guerra alemã. Em 1933 os Estados Unidos controlavam ramos cruciais da economia da Alemanha, assim como grandes bancos como o Deutsche Bank, Dresdner Bank, Donut Bank etc.
Os grandes negócios começaram a confiarem Hitler. Foram os dias de afluência para o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, quando começaram a afluir os financiamentos do exterior. Graças a grandes donativos do grupo United Steeworks de Frotz Thyssen, (Vereinigte Stahlwerke AG), da I.G. Farbenindustrie AG (Interessen-Gemeinschaft Farbenindustrie AG) e do magnate da indústria mineira Emil Kirdorf, o partido obteve 6,4 milhões de votos e tornou-se o segundo maior partido no Reichstag (parlamento). Hjalmar Schacht (22/01/1877 – 03/06/1970), economista alemão, banqueiro, político liberal e cofundador em 1918 do Partido Democrático Alemão, tornou-se o elo de ligação fundamental entre a indústria alemã e os doadores estrangeiros.
Os negócios britânicos começaram a fazer donativos ao Führer e ao seu partido nazi. Em 4 de janeiro de 1932, Montague Norman, governador do Banco de Inglaterra de1920 a 1944, encontrou-se com Hitler e com o chanceler alemão Franz von Papen para concluir um acordo secreto para fornecimento de fundos ao Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. Estiveram presentes nesta reunião os dois irmãos Dulles. Os historiadores ocidentais evitam mencionar este facto. John Foster Dulles e Allen Dulles estavam ligados politicamente a advogados de Wall Street, serviçais do poder empresarial, que arrastaram os Estados Unidos para uma guerra nunca vista, que modelou decisivamente o mundo atual. Durante os anos 50, quando a Guerra fria estava no auge, estes dois irmãos, tremendamente poderosos, levaram os Estados Unidos para uma série de aventuras no exterior, cujos efeitos ainda estão a abalar o mundo. John Foster Dulles era secretário de Estado, enquanto o seu irmão, Allen Dulles, era diretor da Central Intelligence Agency (CIA). Leia o artigo completo
Claro que a Ucrânia que conhecemos hoje não pode comparar-se à Alemanha de Hitler. Mas o primeiro golpe é meia batalha ganha. A adesão cega ao Führer começou com um cabo desconhecido a pregar a xenofobia e a vingança.
É um segredo do domínio público que os Estados Unidos foram coniventes com Adolf Hitler. A penetração dos EUA foi significativa e intensa, em especial a sua cooperação com a indústria de guerra alemã. Em 1933 os Estados Unidos controlavam ramos cruciais da economia da Alemanha, assim como grandes bancos como o Deutsche Bank, Dresdner Bank, Donut Bank etc.
Os grandes negócios começaram a confiar
Os negócios britânicos começaram a fazer donativos ao Führer e ao seu partido nazi. Em 4 de janeiro de 1932, Montague Norman, governador do Banco de Inglaterra de