Bafatá, Guiné-Bissau, 12 set (Lusa) - O primeiro-ministro guineense, Domingos Simões Pereira, apontou hoje o combate à pobreza no país como a "melhor forma de homenagear" Amílcar Cabral, "pai" da independência, cujo aniversário do nascimento foi hoje celebrado.
A cidade de Bafatá, no leste do país, foi palco das comemorações que juntaram membros do Governo, corpo diplomático e população.
De entre as várias intervenções evocativas da figura de Amílcar Cabral, o primeiro-ministro guineense disse que há muitas formas de homenagear o líder histórico, mas o combate à pobreza no país "seria a melhor de todas".
"Se não formos capazes de combater a pobreza na nossa sociedade, então não estaremos a homenagear e a honrar Amílcar Cabral como ele merece", destacou o primeiro-ministro guineense.
Domingos Simões Pereira afirmou que enquanto chefe de um governo do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder) assume a responsabilidade de liderar o processo do combate à pobreza nos próximos quatros na Guiné-Bissau.
O primeiro-ministro também reprovou a situação geral das cidades do país, destacando o estado em que se encontra Bafatá, "a segunda capital" da Guiné-Bissau, que considerou não ser digna de ser "a terra onde nasceu Cabral".
O combate à pobreza, segundo Domingos Simões Pereira, deverá passar "pela erradicação de situações que possam potenciar o surgimento de doenças", nomeadamente o Ébola que, disse, deve ser evitado "a todo custo".
Nesse sentido, o primeiro-ministro guineense destacou que o governo tem recebido respostas positivas por parte da comunidade internacional face aos pedidos de apoio, mas continua a espera de mais ajudas.
O chefe do Governo de Bissau aproveitou a ocasião para reafirmar a vontade de manter o clima de boa vizinhança com a Guiné-Conacri, explicando que o fecho da fronteira entre os dois países foi motivado "por imperativos de força maior".
Para evitar que o vírus Ébola chegue ao país, as autoridades guineenses mandaram encerrar todos os postos da fronteira com a Guiné-Conacri, pais onde a doença já causou várias vítimas mortais.
Domingos Simões Pereira disse que a Guiné-Bissau "nunca pode esquecer" o apoio da Guiné-Conacri durante a luta armada contra a presença colonial portuguesa e ainda o facto de Amílcar Cabral ter feito a sua base de guerrilha em Conacri.