terça-feira, 4 de novembro de 2014

UA E A CEDEAO ACUSADAS DE SILÊNCIO FACE A MANOBRAS DE COMPAORÉ NO BURKINA FASO

Dakar, Senegal (PANA) – A União Africana  (UA) e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) fracassaram no Burkina Faso por terem ficado silenciosas quando o ex-Presidente Blaise Compaoré violava os protocolos das duas organizações sobre a boa governação.

Esta declaração consta de um comunicado publicado segunda-feira última pela Fundação da Imprensa para a África Ocidental (MFWA), organização sub-regional de defesa da imprensa sediada em Accra, a capital do Gana. A MFWA exprimiu a sua tristeza face à incapacidade da direção da CEDEAO e da UA  de respeitar os protocolos e as cartas sobre a boa governação que elas próprias adotaram há anos e agir para impedir os líderes africanos de governar duma maneira que não pressagia nada de bom para a governação, a paz e a segurança”, lê-se na nota.

A MFWA sublinhou que, apesar de os instrumentos da CEDEAO e da UA rejeitarem emendas constitucionais efetuadas pelos Presidentes para se manterem no poder, « os líderes dos grupos regionais continuaram silenciosos há anos face às tentativas evidentes do ex-Presidente Compaoré de modificar a Constituição do Burkina Faso a fim de disputar um novo mandato no termo do atual em novembro de 2015 de acordo com a Constituição ».

Os cidadãos do Burkina Faso exerceram os seus direitos cívicos através dos movimentos de protestos face às tentativas de Compaoré de se manter no poder, afirmou.

« A fim de garantir a paz regional e a proteção dos direitos dos cidadãos, os líderes da CEDEAO e da UA devem começar a aplicar mecanismos e protocolos regionais sobre a boa governação,  os direitos humanos e a democracia", lê-se no texto.

No entender da FMWA, os líderes da CEDEAO e da UA devem agir para a defesa dos cidadãos em vez da sua própria defesa e devem ser consideradas como instituições do povo em vez das dos chefes de Estado.

« É  o único meio para as organizações continental e sub-regional conquistarem a confiança  dos cidadãos e promoverem a paz e a estabilidade regionais », concluiu a MFWA.